“Processamento, embalagem e certificação como factores determinantes de acesso aos mercados”. Este foi o tema do segundo painel, no último dia da feira Mozgrow, ainda a decorrer na Arena 3D, na Katembe. A sessão de debate teve como oradores Suleiman Padamo, membro do Pelouro da Indústria e Comércio da CTA; Manuel Nunes, Director de Certificação INNOQ; e José Guerra, Engenheiro tecnológico de Alimentos.
Como que de forma consensual, os três oradores defenderam, esta tarde, que o fortalecimento da agricultura nacional depende e muito da certificação dos produtos. Para o efeito, todos apontaram para a necessidade de o Governo e o sector privado terem que se unir. Só assim o desenvolvimento da indústria agrícola no país pode ser possível, entendem os intervenientes da Mozgrow.
Um dos problemas actuais que Moçambique enfrenta, segundo José Guerra, tem mesmo que ver com a certificação porque o país não possui laboratórios. Por isso mesmo, quando PMA pretende obter a certificação de produtos moçambicanos, envia-os para a África do Sul. “Se se quiser falar da componente certificação, deve-se pensar nos laboratórios. Nisso, os moçambicanos precisam de trocar a mentalidade e passarem a produzir algo de qualidade e não apenas em produzir por produzir. Isso é que dá valor e qualidade aos produtos”. Esta é a opinião de José Guerra, Engenheiro tecnológico de Alimentos, subscrita, por Suleiman Padaomo. Para o membro do Pelouro da Indústria e Comércio da CTA, já é altura de os moçambicanos preocuparem-se mais em processar os produtos e certificá-los em Moçambique. Por exemplo, o tomate.
Ora, outro elemento relevante a ter-se em consideração é o agricultor, que deve ser ensinado a produzir melhor. Depois, explicou Manuel Nunes, é fundamental haver uma entidade que compra, certifica e introduz o produto no mercado nas condições exigidas. “O produtor não deve fazer tudo sozinho. Não é viável”.
Por fim, os oradores defenderam também a necessidade de se introduzir taxas de juros bonificados para os empresários do agronegócio, de modo que os agricultores consigam introduzir produtos a preços acessíveis no mercado.
