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Foi-se o torneio Mini Básquete e ficou o aprendizado

Encerrou hoje o torneio Mini Básquete em todas províncias do país. O torneio envolveu duas mil crianças com idades compreendidas entre seis e 11 de idade, que vem dos bairros, clubes e escolas.

O suor que molhou as camisas, a vibração sentida em cestos que lembram os jogos da NBA, e a gritaria típica de miúdos que tem entre seis e onze anos, ficam para história do 14º torneio Mini Básquete que juntou duas mil crianças.

Uma destas crianças que viu dar passos rumo a concretização do sonho de ser jogadora profissional de basquetebol, e brilhar ao lado de Chanaya Pinto, sua fonte de inspiração, é Lasau, uma menina confiante e determinada. Ela tem 11 anos de idade, é sorridente e espontânea. Conta que aprendeu muito durante as cinco semanas que durou o torneio Mini Básquete, aliás, (o torneio) foi um verdadeiro palco dos sonhos.  
“Aprendi que nós temos de jogar em equipa, e não jogar sozinhas” contou Lassau, acrescentando que na quadra, o mais importante é perceber que é em equipa que se ganha e nunca de forma individual.  

Na quadra, a adversária de Lassau era Angelina, que apesar de jogar na equipa oposta, reconheceu que “é importante termos amizade com os outros, e que para tal precisamos saber perder e saber ganhar”. Mas ganhar, perder, dribles, passes e cestos não foram as únicas coisas que os pequenos atletas tiveram a oportunidade, uns de aprender, outros de aperfeiçoar neste torneio da pequenada. A aprendizagem dos atletas que vieram dos bairros, escolas e clubes “galgou as barreiras da quadra” e foi até a vida social dos pequenos jogadores, aliás este era o grande objectivo da iniciativa.

“Para ter novas amizades não é preciso ter muito, só ter um coração daqueles que não precisam de dinheiro” explicou inicialmente o atleta Yuni, que depois revelou o desejo de “ensinar aos outros para que possam desenvolver mais do que eu”.
Por sua vez Laquicha destacou o facto do desporto da bola ao cesto ser inclusivo, por isso “podemos seguir os nossos sonhos jogando basquetebol com os outros” disse a menina de 12 anos de idade.

Laquiha estava acompanhada pelo tímido Austin, que quando tentamos entrevistá-lo preferiu fugir das Câmeras e microfones, chamando a mãe, Felizarda Pangane, para que falasse em seu nome. A mãe não negou o convite do futuro jogador de basquetebol. Para Felizarda mãe de Laquiha, este torneio tem sido muito importante para divertir-se e aprender, sem contar com os valores ensinados, que aliás, já se fazem sentir no dia-a-dia.

“Eles aprenderam muitas coisas como atravessar a rua, aprenderam a importância de cuidar um do outro” disse Felizarda Pangane, reconhecendo que não esteve presente em todos jogos, mas que vê mudanças no seu filho. Já a servir a pátria na selecção sub 19 de basquetebol, Suzi Cipriano, que também passou pelo torneio Mini Básquete, sabe que aprender na tenra idade faz toda diferença no futuro dos atletas.

“Claramente os treinadores de formação são muito importantes para aquilo que é o desenvolvimento dos atletas” disse, acrescentando que “é necessário que hajam bons treinadores de formação e tudo isso parte do Mini Básquete”.

E no fim, depois de juntar 2000 atletas distribuídos por todas províncias, a avaliação dos organizadores é positiva, explica o Membro da Comissão Executiva do Millenium Bim, Fernando Carvalho.

“Eu acho que estas 14 edições do torneio de Mini basquete do Millenium Bim, vão se repercutir no futuro, e vão ser recordadas, no futuro como uma grande iniciativa, para o desenvolvimento da juventude em Moçambique” explicou.

O último dia do torneio Mini Básquete foi presenteado com um desfile dos atletas em jeito de despedida.

 

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