O Instituto Industrial e Comercial 1º de Maio em Quelimane precisa de cerca de 9 milhões de Meticais para a reabilitação de 22 salas de aula, bloco administrativo, entre outros. O ciclone Freddy, que há cerca de um ano assolou Quelimane, arrasou as instalações, deixando-as irreconhecíveis e sem condições mínimas para o funcionamento.
Localizado no centro da cidade de Quelimane, na província da Zambézia, o Instituto Industrial e Comercial 1º de Maio apresenta má imagem, cerca de um ano após a passagem da depressão tropical Freddy. Tectos estão completamente danificados, facto que coloca em causa o funcionamento de 22 salas de aula.
Otília Tchembeze, directora do estabelecimento de ensino técnico, reconhece o impacto negativo da degradação no decurso das aulas.
Falando em aulas, importa referir que estas arrancam esta segunda-feira, envolvendo 120 alunos. Destes, 65 já vinham estudando nos cursos de Contabilidade. Este ano, será acrescido o de Electricidade Industrial.
“Neste momento, estamos numa situação não muito boa, principalmente depois do ciclone Freddy. A instituição sofreu vários danos, no que diz respeito ao tecto de todas as instalações, nomeadamente os dois blocos de aulas, bloco administrativo, dos laboratórios, sofreram muito na parte de cima”, disse a directora do instituto.
Quando chove, a água chega a entrar nas salas de aula, devido à infiltração no tecto. Devido à falta das janelas, a entrada da água ocorre em função da força do vento. Por isso, os alunos são forçados a colocar carteiras no canto, como forma de fugir da água.
Otília Tchembeze fez saber que, apesar de todas as dificuldades infra-estruturais, as aulas arrancam esta segunda-feira, dia 12 de Fevereiro, e, “em termos de salas de aula, temos as do bloco de baixo, que tem condições para o efeito”.
De forma geral, a directora diz que os estragos causados pelo ciclone podem comprometer o processo de ensino-aprendizagem, na medida em que, sempre que chove, as salas apresentam infiltração de água.
“Nós fizemos um levantamento de todos os sectores para orçamentar trabalhos de reposição das infra-estruturas. São cerca de nove milhões de Meticais necessários. Este valor não inclui a reposição dos laboratórios onde ficam equipamentos para as aulas práticas”.
Os funcionários do único instituto público que lecciona cursos de Electricidade e Contabilidade na Zambézia lamentam a situação. Segundo explicam, o facto não afecta só os alunos, mas os técnicos e formadores também. Por causa dos estragos, os funcionários afectos ao sector administrativo são obrigados, sempre que chove, a sair do gabinete para trabalhar no corredor. Por isso, esperam dias melhores.
O Gabinete do Governador da Zambézia teve, no ano passado, uma injecção de 250 milhões de Meticais para a reposição das infra-estruturas danificadas pelo ciclone Freddy. O nosso jornal sabe que todo o valor já foi utilizado para a reposição de diversas infra-estruturas e que não chegou para outras que também carecem de intervenção. Pio Matos diz que o Instituto Industrial e Comercial 1º de Maio será reabilitado este ano, com o financiamento da Secretaria de Estado para o Ensino Técnico-Profissional.
“A escola técnica vai ser reabilitada este ano, segundo a informação do secretário de Estado para o Ensino Técnico. Isto já nos foi comunicado, e tudo aponta que, este ano, será mesmo reabilitado. Com os fundos de emergência que recebemos, não era possível abranger todas as escolas. Para além de escolas, havia, igualmente, outras infra-estruturas importantes, como centros de saúde, a nossa grande prioridade, e fomos lá atacar primeiro”, disse o governador, que avança que a reconstrução pós-ciclone Freddy está a 80% e que o Governo vai continuar a trabalhar para repor as infra-estruturas que faltam.