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“Devia renunciar ao mandato”, recado do bastonário da OAM ao presidente da CNE

Foto: O País

Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) diz que já não há condições objectivas para que Dom Carlos Matsinhe continue no cargo de presidente da Comissão Nacional de Eleições.

O líder da agremiação que congrega os advogados, entidade que esteve como observador das eleições autárquicas, Carlos Martins, falou hoje do processo eleitoral à saída da abertura do Parlamento.

Por tudo quanto caracterizou o escrutínio, defende a saída de Dom Carlos Matsinhe do cargo de presidente da CNE. “Em face das irregularidades gritantes deste processo, acho que não há condições para o presidente da comissão eleitoral continuar no cargo”, afirmou Carlos Martins a jornalistas, detalhando que “não há condições objectivas, devido ao número de irregularidades e pelo facto de a CNE não ter tomado uma posição tempestiva em relação a estas eleições. Penso que seria caso de ele renunciar ao mandato”, rematou.

Ademais, Carlos Martins fala do significado das decisões judiciais que anulam eleições ou mandam repetir a contagem. “Põem a nú as eleições. Quer dizer que, pelo número de impugnações, pelo número de decisões e sobretudo tendo em conta a dispersão dos casos, revela, de facto, que o processo não foi transparente.”

Para o Bastonário da Ordem dos Advogados, o número de processos anulados, o maior de sempre, demonstra a independência do judiciário. “Estes tribunais sofrem menos pressão política. São compostos por juízes de direito e naturalmente que as suas decisões são mais eficazes e, acima de tudo, elas não estão imbuídas de pressão”, considerou.

A Ordem dos Advogados diz que ainda está a preparar o relatório sobre a observação que fez às eleições autárquicas.

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