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Grupos teatrais apresentam-se no CCBM

A 27 de Março de cada ano, celebra-se o Dia Internacional do Teatro. A fim de dar eco à efeméride, o actor brasileiro, Expedito Araújo, realiza, de 25 a 30 deste mês, na capital do país, a Primeira Semana do Teatro do Centro Cultural Brasil-Moçambique. Para o efeito, foram convidados seis grupos teatrais, os quais vão exibir seus espectáculos.

No dia inaugural, quando forem 18h30, será eapresentada a primeira peça do ciclo, intitulada Mar me quer, da autoria do Grupo Girassol. Adaptada do original de Mia Couto, a obra teatral é uma história de amor, entre a enigmática Luarmina (Albertina Guilaze) e o galanteador Zeca Perpétuo (Horácio Mazuze). Estreada em Luanda, capital angolana, a peça com encenação de Joaquim Matavel mereceu uma temporada no Teatro Avenida, nos finais do ano passado.

Sempre às 18h30, no dia 26 sobe ao palco o grupo Mintsu, para estrear a obra Padecer das rosas, inspirada em Rosa Xintimana, de Aldino Muianga. Em 54 minutos de duração, a peça com direcção e dramaturgia de Emerson Mapanga retrata os dramas enfrentados pela mulher, quando, nos casos de infertilidade de um casal, vê-se obrigada a arcar com as consequências. Seis actores representam neste espectáculo, nomeadamente, Armando Mazoio, Arsénio Tchavango, Francisco Balói, Gerson Mbalango, Ramadan Matusse e Rodrigues Jalane.

 

No dia 27, Hamlet Machine é a razão que junta Expedito Araújo e Melanie de Vales, para uma leitura do texto do dramaturgo alemão Heiner Muller. “A peça foi escrita em 1977 e inspirada em Hamlet, de William Shakespeare, com uma breve sátira ao homem máquina dos dias de hoje, a partir do contexto do Hamlet shakesperiano. Em formato de leitura dramática será apresentado pelos actores Expedito Araújo e Melanie de Vales”, avança a organizção.

GrowUp será o quarto grupo teatral a apresentar-se, com o espectáculo Comédias da vida privada, adaptado do livro do escritor e cronista brasileiro Luís Fernando Veríssimo, por Alberto Manoel. A obra teatral é uma ventura pelo quotidiano da família, dos casais, com atençao aos casos de infidelidade. Aqui, o trágico e o cómico estão entrelançados. O espectáculo conta com o seguinte elenco: Anna Fernandes, Halima Izidine, Isabel Taborda, Joana B, Lara Faria, Lélio Gungulo, Mar Correia, Marcelo Marchesi, Mariana Gasparr e Rassula Santos.

O Grupo Cultural Hanya Arte também terá sua oportunidade. No caso, dia 29. Dentro da pequena colina é a proposta que será apresentada pelo grupo. A peça é dirigida e adaptada por Maria Clotilde, do texto original de Martin Crimp. Sobre a história, adianta uma nota do curador: “No período eleitoral, o presidente não mede esforços para convencer a multidão a depositar o seu voto nele, porém, entre o ser eleito e a tomada de posse a multidão exige ao candidato que extermine os ‘ratos’.  Um pacto é feito entre o presidente e o estrangeiro. A acção é executada mas o pagamento não.  Consequentemente, há cobranças, há sumiço, há sangue e há vingança”. Dentro da pequena colina conta com participação de Cesária Vuende, António Sitoe, Chris Langa e Valgy Congolo (na música).

Por fim, o Grupo de Teatro do CCBM vai apresentar A pequena princesa. Esta será a única peça com horário matinal, 11 horas. Todas as restantes serão exibidas às 18h30. Do escritor brasileiro Leandro Franz, a peça é uma história baseada n’O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, mas com uma interpretação modernizada. A peça conta todo o percurso feito pela Pequena Princesa para descobrir uma amizade verdadeira. No elenco, integram Chana Benje, Diana Muianga, Florêncio Paulo, Jéssica Garbo, Jujuba, Káwany, Lacimane Láurence, Mércia Castelo, Mindo Quehá, Rivaldo Mumguambe e Socá Muianga.

A iniciativa a realizar-se no CCBM vai decorrer com o lema “Teatro e diversidade: a dimensão humana”, e, segundo Expedito Araújo, pretende ser algo de aglutiniador, uma oportunidade de os grupos que pensam diferente poderem expor-se de forma unidade. Daí, acredita o curador, os actores não só vão interagir entre si como também poderão reflectir sobre possibilidades de levar sempre o teatro à rua, com destaque para os bairros suburbanos.

 

 

 

 

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