O resultado do NedBank cresceu 19%, no primeiro trimestre deste ano, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Entretanto, as perspectivas para o 2º semestre são mais modestas, em parte, devido à política monetária restritiva do Banco Central.
O primeiro semestre de 2023 foi de continuidade de bons resultados para o Nedbank Moçambique. O managing Director do NedBank Moçambique, Joel Rodrigues, revelou que o resultado líquido do banco “cresceu mais de 19% para cerca de 402 milhões de Meticais, face aos 338 milhões de Meticais registados em Junho de 2022”.
E dizemos que isto é a confirmação da tendência porque o próprio banco diz que “para além dos 19% de crescimento face a Junho de 2022, isto representa praticamente o triplo dos resultados originados em Junho de 2021. Portanto, continuamos a crescer a partir de uma base já bastante sólida de resultados”.
Entretanto, o mesmo nível não se espera que seja registado já no segundo semestre. De tal sorte que, no crescimento anual previsto para este ano, o primeiro semestre vai representar 60% e o segundo, 40. Em parte, esse crescimento mais modesto para o segundo semestre é devido à política monetária do Banco Central. Por exemplo, a decisão de o Banco de Moçambique não mais participar na importação de combustíveis vai fazer com que haja menos dólares disponíveis, o que é um desafio para o banco.
Outra questão que representa um desafio são as reservas obrigatórias de depósitos, que, recentemente, foram aumentadas. As reservas em moeda nacional saíram de 28,0% para 39,0%, e em moeda estrangeira de 28,5% para 39,5%, visando absorver a liquidez excessiva no sistema bancário, com potencial de gerar uma pressão inflacionária
Isso afectou o banco. “A nível de liquidez, estávamos muito bem posicionados, portanto não nos trouxe aí grande transtorno, mas naturalmente, a nível de rentabilidade, estamos a digerir o efeito dessa medida de política monetária, que entendemos”, disse Joel Rodrigues.
Outro indicador que joga a favor do banco é o crédito mal parado. São cerca de 6%, tudo coberto a 100% pela robustez financeira da empresa. Os dados foram dados na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do banco no primeiro semestre deste ano em Moçambique, na região e no continente.