Luís Nhachote lançou, esta terça-feira, no Sindicato Nacional de Jornalistas, na Cidade de Maputo, Phambeni – cartas ao presidente Chissano. O livro de crónicas tem o prefácio assinado pelo antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, e foi apresentado por Ungulani ba ka Khosa.
No espaço reservado à nota do autor do seu livro, Luís Nhachote afirma o seguinte: “Decidi, vinte anos depois, ir aos arquivos do mediaFax buscar as 40 crónicas que escrevi ao então Presidente da República, Joaquim Chissano, e que dão corpo a este pequeno livro, com a intenção de preservar a ‘memória histórica’ da nossa democracia embrionária. Fi-lo com a intenção de não deixar, no esgoto da memória, que a cidadania activa pode – e deve continuar – a ser exercida dentro dos limites da decência e urbanidade”.
Durante 40 semanas, Luís Nhachote escreveu 40 crónicas ao Presidente da República, Joaquim Chissano. Ao publicá-las em livro, esta terça-feira, na Cidade de Maputo, uma vez mais, o jornalista percebeu que o seu exercício foi um acto de cidadania, dito e argumentado pelo apresentador do livro Ungulani ba ka Khosa: “Foi uma alegria, para mim, apresentar o livro de Nhachote, porque representa, quer para a classe jornalística, quer para a classe dos escritores e toda a classe intelectual, um exercício de cidadania que, há 20 ou 30 anos, já se vinha exercendo”.
Segundo Ungulani ba ka Khosa, numa altura em que se verificam pressões de alguns poderes sobre os cidadãos, o livro de Luís Nhachote demonstra, de uma vez por todas, que o exercício da cidadania tem de estar presente em todos os moçambicanos.
Concordando com o apresentador do seu livro, Luís Nhachote, primeiro, confessou que Ungulani ba ka Khosa fez uma análise do seu projecto muito além do que antes tinha imaginado. De seguida, assumiu que, de facto, Phambeni – cartas ao presidente Chissano, “É um dos principais exercícios de cidadania que eu tive como moçambicano jovem que até teve o privilégio de votar em todas as eleições realizadas em Moçambique”.
Apesar desse necessário exercício de cidadania, Luís Nhachote lembrou, no Sindicato Nacional de Jornalistas, que as suas crónicas foram vistas, pelos mais velhos do seu tempo, colegas alguns, como um acto de ousadia. Firme nos seus processos, com efeito, o então jovem jornalista continuou a trilhar veredas consciente de que, o que quer que escrevesse, a cordialidade deveria sempre manter-se como um factor presente nas crónicas. “Eu escrevi as minhas cartas com muito respeito à figura do então Estadista e não tive nenhum problema até ao fim do seu consulado, tanto que, no fim das cartas, eu me despedi e desejei-lhe boa sorte”.
20 anos depois, entretanto, quem se considera sortudo é o autor do livro, Luís Nhachote, porque, afinal, mereceu o prefácio de Joaquim Chissano. “Nem consigo descrever. Ter o prefácio do próprio visado das minhas cartas é uma bênção. Penso que o Presidente insuflou nos moçambicanos que é possível fazer coisas com base no respeito e nos princípios”.
Phambeni – cartas ao presidente Chissano é um livro constituído por 101 páginas e foi lançado em cerimónia no Sindicato Nacional de Jornalistas, na Cidade de Maputo, sob a chancela da Gala Edições.