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Câmara de recenseamento não capta imagem de idosos em Maputo

Foto: O País

Há idosos, na Cidade de Maputo, que não conseguem recensear-se porque a câmara não consegue captar a sua imagem. Os brigadistas dizem que já reportaram o facto ao Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), mas o problema persiste.

Gabriel Matsinhe, idoso de 75 anos de idade, visitou, este sábado, o posto de recenseamento da Escola Primária de Micadjuine, na Cidade de Maputo, pela terceira vez nesta semana, a fim de obter o cartão de eleitor, mas sem sucesso.

O que sucede é que a câmara usada para fazer fotografias não consegue captar a sua imagem. O mesmo equipamento é usado e capta com perfeição as imagens de outras pessoas, incluindo idosos. Porém, estranhamente não responde na mesma medida ao senhor Matsinhe.

“Os dois presidentes, Joaquim Chissano e Armando Guebuza, são muito mais velhos que eu, mas conseguiram recensear-se. Admira-me não conseguir. Vim ontem com minha mulher e ela conseguiu, mas eu não”.

O idoso não encontra explicação para este facto que lhe ocorreu pela primeira vez, em 29 anos que participa nos pleitos eleitorais.

Sem gravar entrevista, os brigadistas contaram que este é o sexto caso já reportado ao STAE, em que idosos não têm a sua imagem captada.

Enquanto isso, duas cidadãs foram impedidas de se recensear no posto montado na Escola Primária Be-A-Bá, na zona do Alto Maé, mesmo vivendo a menos de 500 metros do local.

Manuela Silva diz que foi remetida para um outro posto, mais distante, enquanto nos anos anteriores se recenseou naquela escola. A resposta que tem dos brigadistas é que as coisas mudaram.

“Nos nossos bilhetes de identidade, vem que moramos no Alto Maé, mas agora nos mandam para a escola 24 de Julho, muito longe de casa. Se as coisas mudaram, deviam-nos ter dito que cidadãos do bairro tal devem recensear-se no posto ‘y’, para evitar estes constrangimentos”, disse.

Marina Ferreira, idosa de 72 anos reclama do facto de lhe estarem a enviar para um local distante de sua casa, tendo até chegado ao ponto de pensar em desistir do processo.

E o cenário de morosidade no atendimento continua a registar-se em alguns postos na Cidade de Maputo. Tal como foi o caso da Escola Primária de Mafalala, onde algumas pessoas chegaram às 6 horas, com objectivo de serem atendidas logo após a abertura do posto, porém até às 11 horas deste sábado, não tinham sido atendidas.

“Aos poucos, a fila vai andando, mas o processo é lento. Sabemos que a máquina que imprime é única e isso deve estar a piorar tudo, mas vamos esperar até que sejamos atendidos”, fez saber a cidadã Sónia Mbalate.

Recorde-se que faltam 36 dias para o término do recenseamento eleitoral, um processo que espera registar perto de 10 milhões de potenciais eleitores.

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