Residentes de Marracuene têm aderido aos postos de recenseamento eleitoral e dizem que esperam melhorias com a municipalização daquele distrito. Já na Cidade de Maputo, os munícipes reclamam de morosidade no atendimento.
É a primeira vez que as irmãs Kyara e Ayassa Buque se recenseiam para votar. Não só será a primeira vez que irão votar, como também será pela primeira vez que o distrito onde vivem ascende à categoria de município.
Kyara tem 22 anos de idade e Ayassa completa 18 anos exactamente no dia 11 de Outubro, por isso a sua satisfação pelo acto de recenseamento.
As irmãs demonstraram a sua emoção pelo acto e aproveitaram a ocasião para apelar aos jovens para se recensear o quanto antes, pois, segundo suas palavras, “é a juventude o futuro do país”.
Acompanhadas pelos pais, as meninas cumpriram o seu dever. E a motivação desta família para se recensear, ainda no início do processo, é contribuir, através do voto, para o crescimento do distrito de Marracuene.
“É a oportunidade que temos para contribuir, de alguma forma, para o desenvolvimento do nosso Marracuene. O distrito poderá registar crescimento em vários sectores, como energia eléctrica, vias de acesso, bem como na urbanização, uma vez que assistimos a uma tendência e aumento da população residente neste distrito”, disse Sansão Buque, pai das meninas.
O “O País” fez, este sábado, uma ronda por alguns postos de recenseamento em Marracuene, onde os cidadãos afluíram. A adesão, segundo explicaram, justifica-se pela necessidade de ver resolvidos problemas como a fraca gestão do lixo e o alto índice de criminalidade.
Santos Matavele, um dos residentes de Marracuene que encontrámos na fila, conta que a sua expectativa com a municipalização de Marracuene tem a ver com a resolução também da venda informal.
Lurdes Muianga vê a criação do município como solução para a existência de “contentores de lixo, pois aqui nós deitamos lixo em qualquer lugar, o que é um grande risco para a nossa saúde, principalmente das crianças que brincam à deriva”.
Já no Município de Maputo, que pela sexta vez vai realizar eleições autárquicas, um número considerável de munícipes também se fez aos postos de recenseamento, mas o processo foi marcado pela demora no atendimento.
“Eu cheguei às 7 horas e sigo outras 40. Não sei se vou ser atendido ainda hoje, uma vez que os que têm senhas, por não terem sido atendidas ontem, ainda estão aqui. Não sabemos o que se passa, mas a verdade é que estamos a ficar aborrecidos”, desabafou Eduardo Nandza, que aponta o facto de ser apenas uma máquina a operar, para toda a comunidade, como uma das possíveis causas da demora.
Igual a Nandza esteve Adérito Wetela. Este diz não perceber a razão da morosidade, enquanto não existem muitas pessoas na fila.
Na mesma fila, havia pessoas que voltavam ao posto pela segunda vez, por não terem conseguido recensear-se na sexta-feira (21).
“Estive aqui ontem, das 7h às 16h. Deram-se senha para voltar hoje. Estou aqui desde 11 horas. Até agora, não fui atendida.”
Contudo, desistir está fora de hipótese, pois os cidadãos bem conhecem a importância do acto.
Os postos de recenseamento estão abertos todos os dias, mesmo aos feriados, das 08h00 às 16horas, até ao dia 03 de Junho próximo.