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Transportadora Nhancale cancela tudo e concentra-se no acidente

A Transportadora Nhancale suspendeu as suas actividades e está, neste momento, a prestar apoio às famílias das vítimas mortais e aos sobreviventes. Porém, até à manhã de hoje, os 10 internados no Hospital Central de Maputo ainda não tinham recebido nenhum apoio.

Os portões estão fechados e, no interior do estabelecimento, os autocarros estão estacionados. Os trabalhadores de todas as delegações a nível da cidade de Maputo foram chamados para se concentrarem na sede.

Armando trabalha, normalmente, no distrito de Marracuene, mas, neste momento, integra a equipa que está a tratar do apoio às vítimas do acidente da noite de sábado. Ele conta que está tudo parado e que, por isso, “nenhum autocarro está em movimento, a não ser que algum deles esteja fora de Maputo e a regressar”. Ainda assim, o trabalho ainda é longo, tanto é que parte das vítimas ainda não recebeu nenhum apoio.

A título de exemplo, até à manhã de hoje, “só conseguimos falar com aqueles que estavam lá, na Manhiça, e não conseguimos falar nem apoiar os que estavam no Hospital Central, porque estávamos na Manhiça”, diz o funcionário.

Na Manhiça, Armando visitou o seu colega, no caso, o motorista do autocarro que matou 31 pessoas no sábado, o qual apresentava um aspecto físico razoável. Todavia, ele não tem como assegurar que o companheiro está em condições normais de saúde, até porque “geralmente, quando isso ocorre, há golpes psicológicos que acabam por afectar também o físico”.

Enquanto isso, nos escritórios, vêem-se a entrada e saída de familiares das vítimas que vão recebendo apoio. A transportadora tem um acordo com uma funerária que está a responsabilizar-se pelos processos dos corpos já identificados.

Os familiares fazem-se aos escritórios para confirmar se, de facto, o nome do seu ente-querido consta da lista dos passageiros finados e depois recebem mais instruções. Tivemos acesso à explicação que é dada aos familiares.

“Devem ir à Funerária Banze e escolher a urna e a funerária vai disponibilizar o carro para ir buscar o corpo da morgue para vir para cá. Se a pessoa é de Maputo e vai ser enterrada cá, também se deve ir à Funerária Banze”.

O “O País” sabe que este não é o apoio final da transportadora, mas trata-se de uma medida para ultrapassar este momento crítico e que, depois, será feita uma decisão mais formal sobre as vítimas sobreviventes, bem como os familiares das mais de 30 vítimas mortais.

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