O presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), Feizal Sidat, disse ter conversado longamente com o central do Marítimo e o seleccionador nacional para sarar as feridas abertas em Dakar, Senegal, de onde chegaram informações de um mal-estar entre Chiquinho Conde e Zainadine Júnior.
A corda partiu em Dakar, Senegal, no passado dia 24 de Março, de onde chegaram informações aterradoras segundo as quais o experimentado defesa Zainadine Júnior ter-se-ia insurgido contra o seleccionador nacional, Chiquinho Conde, após críticas sobre a sua actuação no intervalo do jogo entre Moçambique e Senegal.
A bomba estoirou, os factos narrados abalaram a nau e apressadamente os capitães Zainadine Júnior e Mexer minimizaram o pretenso ambiente de tensão e de cortar a faca nos Mambas, isto nas vésperas da recepção ao Senegal no Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ) a 28 de Março.
Às 17h30 de 28 de Março, mais coisa menos coisa, os amantes do desporto e a imprensa deparavam-se com uma situação rara: Zainadine Júnior não constava do onze escalado por Chiquinho Conde para o jogo com os “Leões de Teranga”. Crescia, no ENZ, a teoria de que há um braço-de-ferro entre Zainadine Júnior e Chiquinho Conde.
Esta terça-feira, como que a confirmar o ambiente turvo, o presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), Feizal Sidat, disse ter conversado com o central do Marítimo e o seleccionador nacional para sarar as feridas abertas.
“Em relação ao assunto do Senegal, Chiquinho e Zainadine, posso dizer que tive uma conversa longa com Zainadine. Conversei muito com ele. Tive também uma conversa com Chiquinho Conde na semana passada. Penso que estão sanados alguns mal-entendidos, o que é natural. Todo o atleta quer jogar e, naquele momento de resultado não muito bom, estávamos a perder [por] 4-0, o que é natural. Os ânimos exaltam”, clarificou Feizal Sidat, que falava durante a Conferência Trimestral da Federação Moçambicana de Futebol.
Ainda sobre os temas “quentes” que dominam a selecção nacional de futebol, Mambas, Sidat foi questionado sobre a famigerada comissão de inquérito anunciada pela FMF em comunicado no passado dia 30 de Março, portanto, dias depois de a mesma agremiação ter extinguido uma primeira por si criada.
Ademais, a FMF anunciara uma comissão de inquérito dias depois de uma outra independente, criada pela Secretaria de Estado de Desporto (SED), ter apresentado os resultados do trabalho efectuado durante 30 dias, criticando a gestão do órgão reitor do futebol moçambicano no “dossier” de premiação dos Mambas no CHAN da Argélia em Janeiro, bem como a relação tensa entre os elementos da equipa técnica e o vice-presidente das selecções nacionais.
A comissão de inquérito anunciada deve, num prazo de 30 dias, apresentar resultados sobre os incidentes ocorridos em Argel, em Janeiro, onde os Mambas disputaram o CHAN 2022. A mesma é constituída por Amílcar Andela, Isac Pedro, Zefanias Jonas e Magalhães Bramugi.
Sobre este ponto, Sidat justificou que a recém-criada comissão de inquérito tem atribuições para responsabilizar os prevaricadores, à luz dos estatutos da Federação Moçambicana de Futebol, diferentemente da criada pela Secretaria de Estado do Desporto, que simplesmente deixou recomendações. “Nós não podíamos deixar este processo, este assunto. Então, qual é o papel do Conselho de Disciplina? Digo, de viva voz, que aquela comissão não tinha nenhuma autonomia para penalização. Quem tem esta prerrogativa é a Federação Moçambicana de Futebol. Por isso é que nós, depois de ouvirmos as recomendações desta comissão de inquérito, achamos importante abrir a nossa comissão de inquérito”, observou Feizal Sidat.
O presidente da FMF abordou ainda o caso de Jumisse, um dos adjuntos de Chiquinho Conde que foi suspenso pelo órgão que tutela o futebol moçambicano. Para não variar, anunciou a abertura de mais um inquérito. “Em relação a Jumisse, surpreendentemente vi o crachá com Jumisse. É mais um episódio dentro da instituição FMF. Abrimos um inquérito para apurar quem deu o crachá ao Jumisse. Também vai ser penalizado pela instituição FMF.” Mais não disse a propósito.