Segundo um artigo de uma pesquisa publicada pela Mayo Clinic de Minnesota (EUA), as pessoas que usam cigarros electrónicos e que testam positivo para COVID-19 desenvolvem mais possibilidades de experimentar os sintomas da doença quando comparadas com as pessoas que não inalam o vapor do cigarro electrónico.
O estudo, publicado no Journal of Primary Care & Community Health, conclui que este grupo de pessoas têm maior risco de experimentar os sintomas, como dores de cabeça, dores musculares, dor no peito, náusea e vômito, diarreia e perda de olfato e paladar.
Além disso, o estudo conclui que as pessoas que inalam o vapor do cigarro electrónico e também fumam tabaco, e que testam positivo para COVID-19, reclamaram de dificuldade respiratória e fizeram visitas mais frequentes ao pronto-socorro quando comparadas às pessoas que não usam o cigarro electrónico.
“O estudo foi concebido para comparar a frequência de sintomas comuns da COVID-19, como a perda de paladar e olfato, dor de cabeça, dores musculares e aperto no peito nos pacientes da COVID que inalam o vapor de cigarro electrónico em comparação com os pacientes que não eram usuários do cigarro electrónico”, afirma David McFadden, médico internista na Mayo Clinic e primeiro autor do estudo.
O uso de cigarros electrónicos cresceu de forma significativa ao longo da última década, especialmente entre os estudantes de ensino médio e jovens adultos, embora os seus efeitos de curto e longo prazo sejam desconhecidos. Embora os estudos não tenham encontrado uma ligação entre o uso de cigarros electrónicos e a testagem positiva para COVID-19, o estudo da Mayo Clinic encontra uma associação entre a inalação de vapor e a vivência dos sintomas da COVID-19 para as pessoas que testam positivo à doença.
As incertezas em relação aos efeitos na saúde provocados pelo uso do cigarro electrónico são, em parte, devido à variedade de dispositivos, ingredientes no líquido vaporizado e uso. Entretanto, o estudo documentou uma diferença significativa na frequência dos sintomas entre quem usava cigarros electrónicos e foi diagnosticado com COVID-19 e quem não fumava.
O aumento da inflamação do tecido pulmonar provocado pela infecção da COVID-19 e a inflamação induzida pela inalação de vapores podem piorar a probabilidade de inflamação sistémica, com um aumento associado dos sintomas como febre, mialgias, fadiga e dor de cabeça, aponta o estudo parcialmente apoiado pelo Departamento de Medicina, Divisão de Medicina Interna Geral da Mayo Clinic e por um prémio do Centro de Ciências Clínicas e Translacionais concedido pelo Centro Nacional para o Avanço das Ciências Translacionais.