De acordo com um relatório divulgado pela Oxfam, cerca de 45 milhões de pessoas no Sul da África estão ameaçadas de fome devido a forte seca que afecta aquela região.
"Estamos a testemunhar milhões de pessoas, que já são pobres, a enfrentarem uma insegurança alimentar extrema e a esgotarem as suas reservas, devido à combinação de choques climáticos, que atingiram sobretudo as comunidades que já estavam vulneráveis. Estas precisam de ajuda urgente", afirmou Nellie Nyang'wa, diretor da Oxfam para o sul de África.
Partes do Zimbabwe registaram as precipitações mais baixas desde 1981, contribuindo para colocar mais de 5,5 milhões em risco de insegurança alimentar extrema, avançou a Oxfam, em documento divulgado na quinta-feira.
A área da Zâmbia que é grande produtora de milho foi atingida fortemente, com as exportações a serem proibidas, colocando 2,3 milhões em insegurança alimentar, segundo a Oxfam e a Cruz Vermelha da Zâmbia.
A região sul-africana só em um dos últimos cinco anos recebeu a precipitação considerada normal, o que atingiu em particular os pequenos agricultores, que dependem da chuva para as suas sementeiras, adiantou o Programa Alimentar Mundial, na semana passada.
Sem a precipitação normal, os agricultores de subsistência estão muito pressionados para recuperar da destruição provocada pelas tempestades tropicais.
"A mistura sucessiva de secas e inundações têm sido catastrófica para muitas comunidades. Em muitas das áreas afectadas não existe água potável suficiente, o que significa que as pessoas e os animais — tanto o gado como os selvagens — estão a usar os mesmos pontos de água", afirmou Kaitano Chungu, secretário-geral da Cruz Vermelha da Zâmbia.