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40 quilómetros da R640 estão profundamente degradados e ANE anuncia remoção do asfalto  

Foto: O País

O troço da estrada regional Zero-Mopeia na província da Zambézia está extremamente degradado, o que está a dificultar ou a impactar negativamente no desenvolvimento da vila-sede distrital de Mopeia, assim como Luabo e Chinde, já que o traçado dá acesso àqueles dois distritos. Comerciantes de Mopeia falam de prejuízos avultados no processo de transporte de mercadorias.

Trata-se de uma via que devia dinamizar o desenvolvimento da vila-sede distrital de Mopeia. A estrada regional 640 já esteve péssima, mas depois passou para uma fase de muito boa qualidade, quando, em 2013, seguiram trabalhos que culminaram com o processo de asfaltagem, chegando a dinamizar o escoamento de produtos agrícolas, já que o distrito é uma potência na província na produção de arroz e hortícolas.

Hoje, o traçado está profundamente degradado, facto que está a dificultar o escoamento e a aquisição de produtos. Os comerciantes dizem ser dos mais prejudicados e somam prejuízos assinaláveis.

Aliás, Luís Felizardo, um comerciante de Mopeia, diz que o facto está a encarecer a logística dos transportes, já que os camiões se danificam com a “chuva” de buracos que inundam o traçado.

“Quando a nossa estrada foi intervencionada em 2013, tinha em vista apoiar os residentes de Mopeia rumo ao desenvolvimento da vila, mas hoje estamos nisso. Se antes o transporte de mercadorias chegava a custar sete mil Meticais, estamos a pagar entre 15 e 19 mil Meticais. Isso ocorre porque os transportadores têm custo nos preços dos combustíveis que oscilam frequentemente, bem como porque os carros sofrem danificação das peças”, disse.

Lino Baptista, outro comerciante, apelou ao governo para fazer intervenção na via para animar o desenvolvimento da vila que ainda carece de muitos serviços especializados para o bem da população.

Ramiro Rudias, delegado da Administração Nacional de Estradas (ANE) na província da Zambézia, diz que vai arrancar o trabalho de escarificação, regularização, rega e compactação dos solos para minorar o problema da estrada.

Ou seja, vai ser removido todo o asfalto na extensão de 40 quilómetros do traçado para dar lugar a uma estrada em saibro. “ Temos já disponíveis oito milhões de Meticais para os trabalhos em causa. Já estamos no processo de adjudicação. Dentro desta semana, vamos trazer o empreiteiro para o distrito, por forma a começar com os trabalhos. Escarificar é retirar a camada existente em asfalto para passarmos a ter uma estrada terraplanada para garantir e melhorar a transitabilidade”, explicou o delegado, reconhecendo que sair de asfalto e regressar para uma estrada de terra planagem é regressão, mas visa melhorar o traçado até que haja condições de executar uma melhor estrada com asfalto.

“Dizer que vamos tapar buracos estaríamos a mentir para nós próprios e por isso achamos que a solução passa por melhorar, primeiro, a base para futuramente avançar com asfalto num futuro breve”, disse Ramiro Rudias, delegado da ANE na Zambézia, acrescentando que, para a colocação de novo asfalto e de qualidade, são necessários 100 milhões de Meticais.

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