O seleccionador nacional da equipa sénior masculina de basquetebol, Milagre Macome, diz que, apesar do início tardio dos trabalhos de preparação para o AFROCAN, a selecção sénior masculina de basquetebol vai encarar a competição com muita responsabilidade. Diz ainda que este não é o momento para justificar qualquer coisa e que não adianta chorar pelo leite derramado.
A quatro dias do arranque do AFROCAN, competição reservada a jogadores que actuam nos campeonatos domésticos e que vai decorrer de 7 a 27 de Julho, em Angola, a selecção sénior masculina de basquetebol corre contra o relógio, tendo em vista recuperar o tempo perdido.
É que o combinado nacional teve um arranque tardio da preparação para esta importante prova ao nível do continente africano, o que, de certo modo, baralhou o plano de trabalho da equipa técnica encabeçada pelo experiente treinador Milagre Macome.
Milagre Macome afasta quaisquer subterfúgios, embora reconheça que esse atraso não foi benéfico para o combinado nacional, que pretende ter uma prestação assinalável nesta prova.
“Não adianta chorar pelo leite derramado. Nós, como treinadores, temos de encontrar soluções para colmatar o arranque tardio dos trabalhos de preparação”, diz Milagre Macome, que garante que a equipa está a corresponder e que, apesar dos constrangimentos, a preparação está a decorrer convenientemente.
“Falta uma e outra coisa, mas acreditamos que são coisas que poderemos limar no decorrer dos trabalhos, até porque há muita vontade da parte dos jogadores, tanto nossa”, explica o seleccionador nacional.
Com todo o esquadrão à sua disposição, com a excepção de dois atletas do Ferroviário da Beira, no caso Ayad Munguambe e Ismael Noormamad, atletas que não poderão dar o seu concurso à selecção nacional, Milagre Macome diz que só faz falta quem está presente.
“Estamos focados em trabalhar com os atletas que estão à nossa disposição. Os que cá não estiverem não constituem preocupação. Respeitamos os motivos pelos quais eles não estão cá connosco”, disse “coach” Mila.
FOCADOS NO TRABALHO
Os jogadores, que também lamentam o atraso no arranque da preparação, dizem que o importante é estarem focados no trabalho, na medida em que as dificuldades não devem interferir nos objectivos do colectivo.
“Estamos todos convictos de que faremos uma boa prestação na prova. Temos uma miscelânea de jovens e jogadores experientes na selecção. São jovens que têm muita vontade de trabalhar e nós, como os mais velhos, estamos disponíveis para os apoiar no que for possível”, disse Pio Matos Jr.
O experiente jogador ao serviço do Sporting de Quelimane considera que o AFROCAN vai ser uma competição muito disputada, daí que há necessidade de estar bem preparado. Ainda assim, garante que a selecção nacional vai encarar todos os adversários com muita galhardia e sem, acima de tudo, temê-los.
“Temos uma palavra a dizer nesta competição. Somos uma equipa com muita atitude e ambição de ganhar, pelo que vamos virar a cara à luta. Estamos a trabalhar no sentido de chegar a esta competição com mais traquejo”, garante Pio Matos Jr.
Pela primeira vez na selecção nacional, Malik Camal está a viver o momento com entusiasmo, mas ciente de que só com o trabalho poderá conquistar espaço no “cinco” de Milagre Macome.
“Fazer parte da selecção é uma oportunidade que muitos não têm. Estou a aprender muito com os veteranos da selecção, ou seja, dos jogadores mais experientes. Acredito que com muito trabalho poderemos fazer a diferença no AFROCAN”, afirmou Malik Camal.
NÃO HOUVE ATRASO NA PREPARAÇÃO
Se para os jogadores e a equipa técnica a preparação arrancou tarde, para o vice-presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB), Amad Mogne, essa lamentação não passa de um falso alarido.
“Não! Não houve nenhum atraso. A selecção nacional começou a treinar no tempo previamente programado e a logística foi sendo criada ao andar do trabalho”. E desta forma o dirigente sacudia a água do capote. Para Mogne, a FMB criou todas as condições para que a preparação decorra na maior normalidade.
A selecção nacional sénior masculina de basquetebol recebeu, na última quinta-feira, material desportivo composto por dois pares de equipamento para treino e bola, numa iniciativa de uma das casas de aposta.
SELECÇÃO FEMININA GANHA MAIS FÔLEGO PARA O AFROBASKET
A caminhada para o Afrobasket feminino que terá lugar em Agosto próximo fica mais leve para a selecção feminina do nosso país, que na passada sexta-feira recebeu mais um apoio para permitir uma preparação sem sobressaltos.
É que a Federação Moçambicana de Basquetebol rubricou um acordo de parceria com a Vision Moçambique, que visa o apoio na angariação de mais parceiros para a modalidade.
O acordo terá a duração de um ano e um dos primeiros actos na sequência desta parceria é o apoio prestado pela Vision Moçambique à selecção nacional de basquetebol sénior feminino que prepara-se para o AfroBasket 2023.
De acordo com o director da empresa, Paulo Mazivila, “o acordo consiste em a Vision Moçambique estar credenciada pela Federação de Basquetebol a ir buscar apoios de outras empresas para poder canalizar estes valores para a modalidade”, ou seja, “podemos ir buscar apoios quer materiais ou financeiros para poder dar um ‘input’ a FMB”.
Já Roque Sebastião, presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol, destacou a importância do acordo. “Pretende trazer a consciência dos moçambicanos e as empresas nacionais a participarem em projectos do basquetebol, de modo que possam perceber que as selecções não são do Governo ou das grandes empresas com quem já tem acordos com eles”, disse Roque Sebastião.
Com efeito, esta empresa efectou a oferta de dois conjuntos de equipamentos de treinos, bolas bem como apoio financeiro para custear o subsídio de transporte para as atletas do combinado nacional num montante de 300 mil meticais.
Este apoio vem adicionar-se ao já conhecido, da TotalEnergies Moçambique que é a patrocinadora oficial da selecção feminina.
As atletas agradeceram o gesto e o apoio e prometeram de tudo fazer para garantir uma boa prestação na competição de Kigali. “É uma iniciativa boa dos empresários e pedir para que não parem por aqui e abracem as meninas mais novas do basquetebol e convidar aos outros que se juntem a está causa”, disse Dulce Mabjaia.
Já Shanaya Pinto elogiou o facto de “agora as coisas estarem a andar a contento e há que agradecer a estes patrocinadores que canalizaram o seu apoio e perceberam que está não é uma causa apenas da Federação mas é nacional”.
O início dos seus trabalhos da selecção nacional feminina de basquetebol também contou com um apoio financeiro da antiga internacional moçambicana, Flávia Azinheira Filipe.
O AfroBasket 2023 vai ter lugar entre os dias 28 de Julho e 6 de Agosto, em Kigali, no Ruanda.