O ex-presidente da República sul-africana, Jacob Zuma, foi condenado, hoje, a 15 meses de prisão, pelo Tribunal Constitucional, por desacato ao tribunal. O ex-estadista, que deve entregar-se no prazo de cinco dias, reagiu dizendo que não tem medo de ser preso.
Esta é a primeira vez, na história da África do Sul, em que um ex-presidente é condenado a uma pena de prisão e o processo no qual Jacob Zuma foi condenado dá indicação de que ainda dará muito pano para manga.
De acordo com o mais alto tribunal da África do Sul, na sentença lida esta segunda-feira, Jacob Zuma procurou minar a autoridade do poder judicial com ataques calculados, por isso não houve outra opção senão enviar uma mensagem retumbante, através da condenação, para garantir o Estado de direito e a confiança da sociedade nos tribunais.
Segundo a decisão do tribunal, Zuma deve entregar-se à polícia no prazo de cinco dias.
“O senhor Jacob Gedleyihlekisa Zuma é ordenado a entregar-se à polícia sul-africana, na esquadra da polícia de Nkandla, ou numa esquadra central da polícia de Joanesburgo, dentro de cinco dia, contando a partir de hoje, dia do anúncio desta decisão”, disse a Juíza do Tribunal Constitucional da RAS, Sisi Khampe.
O Tribunal Constitucional sul-africano, diz a News 24, considera que não há dúvidas de que Zuma está a desrespeitar o tribunal e é impossível concluir outra coisa que não seja que ele estava inequivocamente consciente do que lhe era exigido.
Desde a criação, em 2018, da comissão para investigar Zuma de corrupção generalizada, durante os seus nove anos no poder, o antigo chefe de Estado sul-africano multiplicou manobras para evitar ter de se explicar, até que esta terça-feira fosse sentenciado.