A informação sobre uma possível detenção dos três arguidos envolvidos em esquema de corrupção na compra de aviões da Embraer pela empresa Linhas Aéreas de Moçambique já circulava nas redes sociais há menos de uma semana.
Esta quarta-feira, o tribunal mandou executar os mandados de detenção de Paulo Zucula, antigo ministro dos Transportes e Comunicações, José Viegas, antigo PCA da empresa Linhas Aéreas de Moçambique, e Mateus Zimba, o antigo gestor da petrolífera Sasol. A detenção foi confirmada a O País pelos advogados dos três arguidos, após um encontro no Gabinete Central de Combate à Corrupção, entidade responsável pela investigação do caso, nomeadamente, Abdul Gani, Advogado de José Viegas, Tomás Timbane, Advogado de Mateus Zimba e Damião Cumbane, Advogado de Paulo Zucula.
A compra de duas aeronaves da fabricante brasileira Embraer aconteceu em 2009, quando Paulo Zucula era ministro dos Transportes e Comunicações e José Viegas PCA da LAM. A compra foi intermediada por Mateus Zimba, à data dos factos gestor de topo da petrolífera sul-africana Sasol.
Os três terão concertado com a Embraer um esquema de sobrefacturação do preço das duas aeronaves para beneficiarem da diferença equivalente a 800 mil dólares. A fabricante brasileira transferiu o valor para a conta da Xihivele, uma sociedade que terá sido criada para esse fim por Mateus Zimba em São Tomé e Príncipe.
O esquema de corrupção foi divulgado, no ano passado, pela justiça brasileira quando revelou que a Embraer terá pago 800 mil dólares a dois gestores da LAM e a um intermediário pela venda de duas aeronaves. Em Julho de 2016, a Procuradoria moçambicana abriu o processo para aprofundar o caso que tem ramificações em quatro países, nomeadamente, nos Estados Unidos, Brasil, São Tomé e Príncipe e Portugal.
Nos próximos dias, Paulo Zucula, José Viegas e Mateus Zimba deverão estar presentes ao juiz de instrução criminal para a legalização da sua detenção.