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Zófimo Muiuane: entre a linha da liberdade e da punição

Foram no total oito sessões de julgamento. O réu foi o primeiro a ser ouvido na sessão de abertura ao 18 de Dezembro de 2017. A linha cronológica dos acontecimentos carrega as suas declarações, nas quais ele nega todas as acusações que pesam sobre si.

O réu, de 44 anos, de idade é acusado de ter assassinado a sua própria esposa com dois tiros na zona do abdómen e o outro no tórax, em 2016, depois de uma discussão conjugal. Além disso, Zófimo Muiuane é acusado de posse ilegal de arma, pois, segundo o Ministério Público, continha na sua residência quatro armas de fogo ilegais. E o réu ainda é acusado de falsificação de identidade, porque foi encontrado em sua residência um passaporte de nacionalidade sul-africana, com a sua foto e o nome de Washington Dube.

O réu prestou declarações em sua defesa ao descrever o momento da discussão: ‘’Logo que tirei o casaco, senti algo estranho na minha cintura… Era a minha pistola. Ela tinha a pistola apontada para mim. Naquele instante ela grita: Sai da minha casa ou mato-te. Ela dispara do lado do meu ombro esquerdo… Saiu o segundo tiro, disparou à cabeceira. Ela bateu-se com a própria pistola. Em seguida baixei os braços para enfraquece-la. A arma ficou virada para ela e naqueles movimentos, ela pressiona o gatilho sem eu perceber do que se tratava’’.

Nas oito sessões de julgamento foram ouvidos mais de 15 declarantes dentre eles os padrinhos do casal, peritos da medicina legal, criminalistas, pessoas próximas ao casal entre outros, que segundo o tribunal poderiam ajudar para o esclarecimento do caso.

Foi na última sessão de julgamento, no dia 29 de Dezembro passado, que a juíza do caso, Flávia Mondlane, anunciou em tribunal que a sentença do caso seria conhecida esta terça-feira, dia 23 de Janeiro de 2017.

Na referida, sexta-feira (29), por sinal a última de 2017, foi o dia de acareação para se apurar a verdade nos depoimentos dos declarantes e das partes, levantando os pontos divergentes, até que se chegue às alegações e afirmações verdadeiras.

Em parte, os advogados de acusação viram bases para sustentar circunstâncias agravantes, referindo que o réu merece a pena máxima possível. Enquanto, por outro lado, a defesa de Zófimo Muiuane sustentou que existem circunstâncias atenuantes e umas delas decorre no facto de a morte da vítima ter acontecido em circunstâncias acidentais. Entre lágrimas e pedidos de desculpas Zófimo Muiuane falou pela última vez ao Tribunal da Cidade de Maputo.

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