Rogério Zandamela diz que várias riquezas tem sido descobertas no continente, em particular na África Oriental e Austral, entretanto tira-se poucos ganhos, pois são pessoas de outros continentes que exploram os recursos. Aponta como exemplo a bacia do Rovuma, que tem mais de 100 triliões de metros cúbicos de gás, cujas empresas envolvidas na exploração são de continentes de fora de África. “Nos últimos anos, a África Oriental tornou-se rapidamente num dos principais centros de jazigos de gás naturais do mundo. A região ao largo da costa, que faz fronteira, a nordeste, com Moçambique, e a sudeste, com Tanzânia, conhecida como bacia do Rovuma, contém um volume estimado em mais de 100 triliões de pés cúbicos de gás natural, tornando-a numa das maiores descobertas de gás a nível mundial”, referiu o governador do Banco de Moçambique, que falava na abertura do Fórum dos Vice-governadores e Secretários Permanentes dos Ministérios das Finanças do Instituto de Gestão Financeira e Macroeconómica, MEFMI (em sigla inglesa).
Zandamela acrescenta que “várias empresas multinacionais adiantaram-se a aproveitar esta oportunidade, em particular empresas sedeadas nos Estados Unidos da América e na Itália”, daí que, para o governador, nos próximos anos, “parece ser obrigatória uma abordagem proactiva da região para o desenvolvimento de capacidades regionais, no contexto do crescimento regional da indústria energética, tráfego e infra-estruturas ao largo da costa”.
E porque o tema do encontro é a integração regional entre os países membros do MEFMI, Rogério Zandamela destaca a importância dos países da região austral e oriental de África estarem unidos, para vencer a pobreza. “É nosso papel, como guardiões da política monetária e fiscal, que caminhemos em paralelo com o resto do mundo no que concerne à erradicação da pobreza e concretização dos objectivos económicos globais”, disse Zandamela.
O MEFMI, criado em 1994, é um organismo regional, que congrega países da África Oriental e Austral, com o objectivo de apoiar os seus membros a construir uma capacidade institucional sustentável, promover boas práticas nos Bancos Centrais, Ministérios de Finanças, ajudando-os na identificação de desafios emergentes, riscos e oportunidades. Moçambique é membro de pleno direito do MEFMI desde Dezembro de 2004, altura que o Governo assinou e ractificou os instrumentos de adesão ao organismo.
O Fórum dos Vice-governadores e Secretários Permanentes dos Ministérios das Finanças do MEFMI dura dois dias, devendo terminar amanhã. Tem como objectivo informar aos participantes sobre os desenvolvimentos e desafios no sector macroeconómico e financeiro, bem como a troca de experiências. O evento acontece uma vez em cada dois anos.