O País – A verdade como notícia

Xai-Xai

Por Deusa d´Africa

 

A bem-aventurança não é feita de opulências, feixes de luz invadem a alma da pequena porção de terra alumiando a todos os seus elementos; é das entranhas dessa terra onde brota o arroz Wanbao entre outras culturas que concorrem ao património gastronómico da actual capital do Império de Gaza, concebida em 1897 sendo persignada como Chai-Chai, tendo ascendido a vila em 1911. No ano de 1922 torna-se a Vila Nova de Gaza e por conseguinte no ano de 1928 passa a ser designada como Vila de João Belo, ascendeu à categoria de cidade em 1961 e após a independência nacional retornou à sua antiga denominação sofrendo uma alteração na grafia anterior de “Ch” para “X” ou simplesmente Xai-Xai tal como actualmente se designa a cidade de luz e harmonia.

Em Xai-Xai há luz de dia e de noite, raramente o sol e ou a lua se ausentam, nesse cantinho do céu há ainda a preservar-se valores como “o homem vive do seu suor”, uma modelagem de vida para a construção de cidadania. Alguns homens sem alma a perfuram através das regiões circunvizinhas para apoderar-se de sua tranquilidade promovendo o furto de viaturas, um assunto que tem apoquentado aos citadinos, contudo, a luz que resplandece em cada rosto faz com que se desincentive práticas desgraciosas e inestéticas.

Quando o universo crepuscula, homens e mulheres fazem o coro do canto do galo numa chuva adolescente que cai sobre o corpo escultural de gente humilde que sonha com o pão que se ganha pelo suor derramado em diversos ofícios para garantir que não falte chima, xiguinha e mandioca em todas as mesas de todas as famílias.

A terra pernalta estende-se até aos braços do índico, paraíso de povoados de vizinhas nações que aos fins-de-semana tornam esta cidade num pequeno e grande céu onde todos sonham nele morar, sendo um corredor para quem navega em busca de outros territórios, através dos fios de cabelos de Samora Machel que crescem abrindo os caminhos da imensidão.

À outrora fora uma pequena cidade de gente sempre trabalhadora que migrava à cidades como Maputo, Nampula e entre outras em busca do tesouro científico, porém, hodiernamente a cidade possui uma riqueza de instituições de ensino superior em modelo presencial, semi-presencial e até à distância.

Outrossim, no passado havia cajueiros na zona apelidada pelo nome da antiga fábrica de processamento de castanha – Mocita que com a falência, as árvores mantiveram-se a reproduzir o pânico criando lendas como as de Casacos que levitavam de noite assim como de serpentes que reinavam na penumbra, entretanto, pela amabilidade de suas gentes a região fora transformada numa Nova Iorque edificando infra-estruturas públicas e privadas, o que faz com que a cidade mantenha-se acordada de dia assim como de noite.

Hoje, nestes sessenta e um sóis e luas desde a sua elevação à categoria de cidade, a harmonia continua a ser a luz que conduz Xai-Xai e veem-se novas feições como a praça do mineiro, a praça do metical, novos espaços verdes por todo o lado e alguns outros restaurados, a mulher exaltada em festivais municipais, a música coral, campeonatos desportivos de taekwondo e taça munical de futebol, festivais internacionais de poesia e entre outras que revelam a jovialidade e brandura como um tesouro que a urbe possui.

 

Bem-haja Xai-Xai!

 

 

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos