Em Junho deste ano, a World Wildlife Fund (WWF) divulgou um relatório denunciando a pesca insustentável de camarão em Moçambique e apelando aos países da Europa a fazer uma escolha informada, para não pôr em risco a existência deste pescado. “Embora as populações de camarão de Moçambique tenham sido historicamente abundantes, encontram-se agora ameaçadas. Se nada for feito, a continuação da disponibilidade e mesmo da sobrevivência do recurso pode ficar em risco”, revela trecho do relatório da WWF.
A notícia não caiu bem aos ouvidos dos empresários moçambicanos. Reagindo a essas informações, o vice-presidente do pelouro do agronegócio e pescas, Muzila Nhatsave, garantiu que a pesca tem sido feita dentro dos procedimentos estabelecidos pelas autoridades nacionais.
“Moçambique observa regras altamente rígidas na exportação do camarão, tendo em conta factores de filtro-sanidade, principalmente de controlo e registo de captura e por esse motivo os lotes de camarão são anexados ao certificado de captura, para provar a idoneidade do produto exportado”, disse Nhatsave.
O relatório do WWF aponta também a possibilidade de parte do camarão pescado no nosso país chegar a Europa de forma ilegal. Mais uma vez, o sector privado desmente e diz que sentou-se com o Governo para o esclarecimento desta polémica
Para gerir a captura, evitar quedas bruscas na produção e manter a tendência de recuperação alcançada a partir de 2014 em diante, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) em parceria com o Governo adoptou algumas estratégias.
“Actualmente, as empresas pescam com 40 embarcações, contra as 80 ou 90 que tínhamos há dois anos. Temos a venda que passou de um mês, nos anos 90, para cinco meses e meio actualmente”, explicou a fonte.
O camarão é um dos principais produtos pesqueiros de exportação, sendo que 82 por cento deste produto é exportado para os países da Europa, sobretudo Espanha e Portugal.
A indústria pesqueira moçambicana movimenta, anualmente, entre 70 a 100 milhões de euros.