Wuhan voltou à vida depois de várias semanas de um bloqueio total. Já se pode correr no parque, jogar ténis, brincar ou mesmo fazer um piquenique em família.
Na quarta-feira passada, a China suspendeu as restrições de viagens a Wuhan, a cidade que foi também a mais atingida pelo novo surto de coronavírus, encerrando um bloqueio que isolou cerca de 10 milhões de pessoas do resto do mundo por 76 dias. O alívio das restrições de viagens ocorreu depois que novas infecções foram drasticamente reduzidas em toda a China, marcando um marco na luta do país contra a epidemia.
Mesmo sem deixar as tão necessárias máscaras, os habitantes da cidade onde surgiu o novo coronavírus já podem passear pelas ruas, depois de onze semanas de lockdown. Aos 58 anos, Cai Jiangshun reside em Wuhan, nunca tinha vivido nada semelhante, mas acredita ter sido por uma boa causa.
"Fechámos a cidade. Fechámos os bairros residenciais. Tínhamos cinco medidas deste tipo. Por causa dessas medidas, conseguimos conter a epidemia rapidamente. Os hospitais provisórios foram encerrados. Existem poucos casos novos", afirma, citado pela Euronews.
Para outros, a suspensão do bloqueio significa sair de Wuhan. As restrições de viagens domésticas foram reduzidas há duas semanas, mas milhares de pessoas na cidade permaneceram impedidas de circular, até as autoridades permitirem o retorno ao tráfego normal.
Dados da polícia de trânsito local mostram que, com mais empresas a voltarem ao trabalho, o volume de tráfego nas últimas duas semanas aumentou em 400.000 veículos, com um pico que chegou a atingir 1,24 milhão, cerca de 50% do que antes do fechamento da cidade. No transporte ferroviário, o número de comboios com destino a várias cidades chinesas e que passarão pela cidade chegará a 276, com os que partem de Wuhan serão 54. A cidade prepara-se igualmente para reabrir o Aeroporto Internacional de Wuhan.
No entanto, para impedir uma segunda onda de coronavírus, o foco passou para a identificação de portadores assintomáticos. Os leves ou inexistentes sintomas de doença levaram a que fossem considerados indivíduos de baixo risco, mas recentes casos de infeção, detetados por dispositivos de rastreamento, obrigaram a novas observações médicas.