O avião monomotor que caiu na terça-feira, no Bairro do Aeroporto, perdeu potência enquanto levantava voo, disse ao jornal “O País” o Comandante da Força Aérea. Há também garantias de que a Força Aérea vai reconstruir a casa da família afectada.
Um dia depois da queda da aeronave de instrução da força aérea do exército moçambicano, no bairro do Aeroporto B, na Cidade de Maputo, decorriam, na manhã desta quarta-feira, trabalhos de limpeza por parte dos proprietários da casa destruída, que descrevem momentos difíceis, por conta da perda do imóvel e pertences.
Isaura Cumbe, uma das proprietárias da casa ora destruída, adianta que a Força aérea já estabeleceu contactos só que não tem certeza da promessa. “Conversámos e chegamos a um consenso, mas não sei se vai acontecer ou não. Assim, estamos à espera que eles nos deem resposta se vão fazer a casa ou não e vão nos dar comida por enquanto, porque há pessoas que vivem aqui”.
Por outro lado, Luís Alexandre, um dos proprietários da casa, que no momento da queda da aeronave, tinha saído para comprar cigarros, exige que as autoridades reponham a propriedade.
As famílias das vítimas mortais, que eram oficiais do exército moçambicano, estão a receber assistência, segundo avançou o Comandante da Força Aérea de Moçambique, Cândido Tirano.
Quanto à casa destruída pela aeronave, Tirano garantiu que “ o apoio consiste em restaurar a sua habitação, construir ou reconstruir, erguer as paredes e fazer a cobertura e, ao mesmo tempo, custear as despesas de alimentação, pois eles ficaram sem nada”.
Alguns militares da força aérea fizeram-se ao local da queda para limpar e procurar destroços do monomotor de marca Festival, fabrico romeno, adquirido pelo Estado entre 2013 e 2014.
O voo, que culminou em tragédia, era de reciclagem de um dos pilotos, segundo explicou o Major General Cândido Tirano, tendo apontado para erros técnicos como causa do acidente: “A perda de potência origina a perda de velocidade e consequentemente a queda da aeronave. Tecnicamente já foi nomeada uma comissão de inquérito que se vai encarregar de juntar os elementos que existem que nos conduzam às prováveis causas da perda desta potência”.
A aeronave que caiu ontem é da mesma marca, origem e ano de fabrico que a também caiu ano passado, no bairro de Hulene “A”. O comandante da força aérea moçambicana diz que há detalhes que devem ser esclarecidos sobre as duas aeronaves.
“Infelizmente, tivemos estes dois acidentes, por sinal do mesmo tipo de aeronaves, o que nos leva a prestar mais atenção a alguns detalhes. Portanto, no combustível que usa e, provavelmente, no processo de escape dos gases porque notamos que têm rompido com alguma particularidade o colector de escape, talvez seja aqui onde temos que prestar maior atenção”.
As duas aeronaves que caíram nas proximidades da Base Aérea foram adquiridas novas no mesmo período.