A mais recente criação do coreógrafo português Victor Hugo Pontes, “Bantu”, chega a Maputo, com apresentação agendada para esta quarta-feira, 19h, no auditório do Centro Cultural Franco-Moçambicano, no âmbito da 10ª edição do KINANI e da Biennale de la Danse em Afrique.
O espectáculo “Bantu” teve origem num convite endereçado a Victor Hugo Pontes pelos Estúdios Victor Córdon (EVC) e pelo Camões – Centro Cultural Português em Maputo, para o desenvolvimento de uma nova criação de dança com intérpretes moçambicanos e portugueses. Os Estúdios Victor Córdon e o Camões – Maputo são parceiros numa programação conjunta para três temporadas, que visa criar pontes entre Portugal e Moçambique, e promover a circulação e internacionalização da dança. BANTU resulta desta parceria.
“Bantu” tem múltiplos significados: designa uma família de línguas faladas na África subsariana, mas pode nomear uma linguagem própria que sobreviveu à imposição das línguas europeias, um mecanismo identitário, um signo que permaneceu intacto. Da língua que falamos vê-se o mundo.
“Das diferentes geografias, num país ou num palco, temos perspectivas diversas, não falamos a mesma língua. Em ‘Bantu’, Victor Hugo Pontes explora o caminho inverso, aquele que conduz à linguagem universal da dança. O espectáculo desenha um ponto de encontro entre dois continentes e dois países com afinidades e memórias comuns”.
Victor Hugo Pontes (1978) é um dos coreógrafos e encenadores portugueses com mais sólido e inventivo percurso nas últimas décadas em Portugal, segundo avança a nota de imprensa do Camões. Em 2023, assinala 20 anos de criação artística. Entre os espectáculos que criou, destaque para Corpo Clandestino (2022), Meio no Meio (2021), Os Três Irmãos (2020), Drama (2019), Margem (2018, Prémio SPA Melhor Coreografia), Se Alguma Vez Precisares da Minha Vida, Vem e Toma-a (2016), Fall (2014), Zoo (2013) e A Ballet Story (2012, Melhor Espectáculo do Ano Público e Expresso).
O espectáculo de dança conta com direcção artística de Victor Hugo Pontes, cenografia de F. Ribeiro, Música de Throes + The Shine, Direção técnica e desenho de luz de Wilma Moutinho, Desenho e operação de som de João Monteiro, Figurinos de Cristina Cunha e Victor Hugo Pontes, Construção de máscaras de Cristina Cunha, Confecção de figurinos de Emília Pontes e Domingos Freitas Pereira, Assistência de direcção de Cátia Esteves, Consultoria artística de Madalena Alfaia, Dirceção de produção de Joana Ventura, Produção executiva de Mariana Lourenço, Assistência de produção de Inês Guedes Pereira, Interpretação de Dinis Abudo Quilavei (MZ), Dinis Duarte, João Costa (bailarino gentilmente cedido pela CNB), José Jalane (MZ), Maria Emília Ferreira, Marta Cardoso, Osvaldo Passirivo (MZ) e Intérprete estagiário Francisco Freire.
Já a produção é de Nome Próprio, uma estrutura residente no Teatro Campo Alegre, no âmbito do programa Teatro em Campo Aberto e tem o apoio da República Portuguesa – Cultura / Direcção-Geral das Arte.