A selecção nacional de futebol, os Mambas, garantiu presença nas meias-finais do torneio Cosafa, mercê da vitória, à tangente, diante da Namíbia, esta quarta-feira, em partida da quinta jornada do grupo B da competição. Na tabela classificativa, os Mambas terminam na segunda posição, com os mesmos sete pontos da Namíbia, que terminam em terceiro, mas o combinado nacional leva vantagem no primeiro critério de desempate, nomeadamente do confronto directo entre os empatados
Um golo de Melque, aos 80 minutos, deu vantagem aos Mambas, não só no jogo, mas também na tabela classificativa, diante da Namíbia, que qualifica o combinado nacional às meias-finais. Com as duas equipas a terminarem empatadas na tabela classificativa, ambas com sete pontos, houve necessidade de se seguir com os critérios de desempate.
Na mesa, havia dois critérios que criavam alguma confusão: uma que dizia que o primeiro deles eram os golos apontados e o outro que falava do confronto directo. É que, nos golos marcados, os namibianos levavam vantagem por terem apontado cinco golos, contra três dos moçambicanos e ai os Mambas terminariam na terceira posição.
Mas depois de muitas concertações, o esclarecimento chegou e, com ele, a festa dos Mambas pela qualificação, já que o confronto directo, imperou no final das contas.
Os Mambas venceram Namíbia e estão nas meias-finais, nas quais vão cruzar caminho da poderosa selecção anfitriã, a África do Sul.
SHAQUILE AUSENTE E MACAIME NO “ONZE”
Os Mambas voltaram a entrar para o campo com remodelados, desta feita com uma alteração feita em relação ao jogo diante do Malawi, em que saiu a vencer por duas bolas sem resposta.
Desta vez, o seleccionador optou por um onze inicial constituído por Ernan, na baliza, um quarteto defensivo composto por Cigano, Bonera, Martinho e Danilo, um trio do meio campo de Candinho, Pelembe e Macaime, e trio de ataque constituído por Nilton, Estevão e Vitinho, deixando de fora Shaquile, que foi substituído por Macaime.
Mas parece que, mesmo assim, Horácio Gonçalves não terá gostado da prestação de Macaime e, ainda na primeira parte, tirou o jogador e, para o seu lugar, colocou Melque, voltando a fazer mais uma substituição, forçada, devido à lesão de Bonera, fazendo entrar Mapangane e reestruturando as pedras dentro das quatro linhas.
Na segunda parte, houve mais uma alteração, nomeadamente a saída de Nilton e a entrada de Salas, a provar a tendência de Horácio Gonçalves em fazer apenas três alterações e não cinco que são autorizadas nesta competição.
QUANTO AO JOGO
Os Mambas entraram aguerridos e determinados a saírem com os três pontos que garantiam a vitória e a qualificação, a contrastar com a entrada recuada dos namibianos, desde cedo apostados num empate.
Aliás, a Namíbia levou para esta competição uma selecção de jogadores que actuam internamente, já a preparar as qualificações para o CHAN e para o mundial, enquanto os Mambas contam com uma selecção sub-23.
Ainda assim, o adversário dos Mambas foi incomodando o meio campo nacional, com Macaime, que era o homem que devia parar as primeiras acções a ser sempre batido, o que obrigou a que o seleccionador optasse pela sua substituição, por Melque, uma boa aposta para a zona do meio campo para frente.
Por diversas vezes, os dois guarda-redes foram chamados a mostrar-se, mas a primeira parte terminou com o nulo.
Na etapa complementar, os Mambas sentiam o peso de poder regressar cedo à casa e deram mais litro em campo, mas sempre pecavam no capítulo da finalização.
Foi preciso esperar pelo minuto 80 para desfazer o nó, quando Candinho fez um passe magistral para o coração namibiana, onde apareceu Melque, num belo gesto, de se lhe tirar chapéu, diga-se, fez um golo que deu vantagem aos Mambas. Depois foi só controlar o resultado, o tempo, a pressão e a emoção, até ao apito final do árbitro e, depois de tudo, a festa que se prolongou até aos balneários.
O técnico da Namíbia ainda acabou expulso devido a protestos.
CANDINHO, O TERCEIRO MAMBA MELHOR EM CAMPO
Depois de Shaquile, no nulo diante do Zimbabwe e Danilo, na saborosa vitória frente ao Malawi, desta vez foi Candinho a levar para casa o troféu de melhor jogador em campo.
O internacional moçambicano teve uma exibição de encher os olhos e conseguiu convencer os organizadores a elegerem o homem que fez o passe para o único golo como o man of the match.
Os três jogadores fazem parte do leque de primeiras apostas de Horácio Gonçalves, a excepção de Shaquile que, neste jogo, esteve fora devido à lesão.
Shaquile actua no Ferroviário de Maputo, Danilo no Costa do Sol e Candinho no Maxaquene, sendo que os dois últimos já representaram ainda o Maxaquene.
“MIQUISSONE MERECE JOGAR NA EUROPA”, DIZ LUÍS GONÇALVES
O ex-seleccionador nacional de futebol, os Mambas, Luís Gonçalves, mostra-se bastante satisfeito pelo facto de Luís Miquissone ter conquistado o título de campeão da Tanzânia pela segunda vez consecutiva.
Para Luís Gonçalves, há que enaltecer o desempenho do jogador moçambicano que tem estado em alta no Simba da Tanzânia. “Quero enaltecer e felicitar Luís Miquissone por mais um campeonato conquistado de forma brilhante”, disse o treinador na sua página de internet.
Com as exibições que o internacional moçambicano tem estado a fazer ao serviço do Simba, principalmente demostradas durante os jogos da Liga dos Campeões, Luís Gonçalves assume que Luís Miquissone tem capacidades para dar o “salto” rumo ao Velho Continente: “merece jogar na Europa”, conclui.
Miquissone conseguiu o troféu depois de o Simba FC ter derrotado, na 32ª jornada, o Coastal Union por 2-0 e espera ainda pela final da Taça da Tanzânia para tentar a segunda dobradinha consecutiva.