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Vendedores de areia e pedra têm três meses para abandonar a Praça da Juventude em Maputo

Perto de 100 vendedores de produtos alimentares e de materiais de construção deverão abandonar a Praça da Juventude, em Maputo, até ao final do mês de Outubro, para dar lugar a obras de requalificação do local.

Para o feito, desde o início do mês de Agosto, o Conselho Municipal da Cidade de Maputo está a sensibilizar os vendedores informais, incluindo aqueles que vendem materiais de construção, areia e pedras para abandonarem a Praça da Juventude, vulgo Magoanine, pois se prevê o início das obras para Novembro.

Segundo fontes ligadas ao processo, os comerciantes de produtos alimentares poderão ser alocados aos vários mercados vizinhos, entretanto há um grupo que se sente discriminado – os vendedores de areia e pedra.

Moisés Pedro é um deles e diz que trabalha na praça há mais de 20 anos, mas agora tem três meses para abandonar o local, sem saber para onde vai.

“O Município [de Maputo] veio aqui informar-nos que temos que abandonar a praça daqui a três meses, mas nós não sabemos para onde ir. Estamos aqui há mais de 20 anos. Começamos esta actividade quando ainda havia capim neste local, mas, agora, dão-nos três meses para daqui sairmos. Mas, para onde?”, questionou Moisés Pedro.

Pedro conta que tudo que tem, conquistou através do trabalho que executa na Praça da Juventude e, com esta decisão, prevê dias sombrios.

“O que eu sei é que, ao sair deste local, seremos marginais, sem ocupação, o que para alguns de nós pode levar a caminhos errados.”

Quem também vê um futuro cheio de incertezas é Samuel Nguenha, pai de cinco filhos e vendedor de areia e pedra há quase nove anos.

“Fomos reunidos pelo secretário do bairro e outros agentes do Município [de Maputo] e disseram-nos para sair. Questionámos para onde nos queriam mandar, mas eles disseram que cada um deveria virar-se. Não sei o que será de mim, pois tenho despesas e responsabilidades que dependem do rendimento que daqui tiro”, disse.

Apesar de não concordar com a decisão, os vendedores pedem apenas que lhes seja indicado um local onde possam desenvolver as suas actividades.

Sobre o assunto, o Município de Maputo prometeu pronunciar-se nesta segunda-feira.

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