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Venâncio Mondlane: “Vamos até às últimas consequências”

O cabeça-de-lista da Renamo, Venâncio Mondlane, assegurou, hoje, que esta força política não vai desistir de se manifestar em repúdio aquilo a que chamou de “fraude monumental” engendrada pelos órgãos eleitorais.

Em mais um dia de marcha em repúdio aos resultados eleitorais das sextas eleições autárquicas divulgados até então, membros e simpatizantes da segunda maior força política em Moçambique continuam a marchar, e hoje já com a escolta policial, por algumas artérias da capital do país. É a tônica do movimento, que deixa o trânsito na capital literalmente paralisado, a denúncia de irregularidades no processo eleitoral “luz do dia e a calada da noite”. Ao ritmo das buzina e o refrão “trufafá trufafá”, Mondlane solta, aos gritos: “Ladrões, fora. Assassinos, fora. Corruptos, fora.”  E, percorridos alguns quilómetros pela caravana, ganha fôlego para recordar que “a  decisão de alguns tribunais distritais em anular votos e ordenar a recontagem vem apenas reforçar a nossa denúncia de uma fraude premeditada.” 

E, porque “não vamos desistir”, sustentou “que exigimos que a Procuradoria Geral da República responsabilize criminalmente esses corruptos que roubaram votos”.

Já próximo das esquinas entre as avenidas Guerra Popular e 25 de Setembro, o tom de denúncias sobe com os vendedores informais a rodarem a caravana da Renamo. “Há gente que recebeu 500 mil Meticais. São pessoas do STAE. Nós vamos denunciar essas pessoas e publicar as suas fotos nas redes sociais.” Entre a euforia dos vendedores informais e populares e a impaciência dos motoristas que “querem ganhar tempo para fazer receita do dia”, o cabeça-de-lista da Renamo fala de “compra de consciência, abuso de poder e um processo descredibilizado de tanta roubalheira.”

Mondlane, na interacção com os populares, reforça: “Basta. Não vamos mais aturar esta situação. Ladrões. Corruptos. Gente que oprime o povo moçambicano.”

O cabeça-de-lista da Renamo deixou, depois, um parecer sobre a presença da PRM na marcha para a escolta. “Esse é um claro sinal de que nós não queremos desordem. Não pretendemos vandalizar bens públicos ou privados.”

Mondlane assevera que as  marchas continuarão a ter um cariz pacífico, mas “não posso me  responsabilizar pela atitude do povo perante a injustiça e inoperância dos órgãos eleitorais.Vamos até às últimas consequências”, sentenciou.

A passeata contou com a presença de membros seniores do partido assim como da Comissão Política Nacional da Renamo, órgão que no passado domingo reuniu para analisar os resultados eleitorais.

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