Calcorreando alguns bairros periféricos da capital do país, o cabeça-de-lista da Renamo, Venâncio Mondlane, passou uma mensagem de mudanças ao nível do ordenamento territorial e acesso ao financiamento aos jovens. Mondlane garante apostar no desporto, área na qual pretende acabar com a transformação de campos de futebol em espaços de comércio.
Este fenómeno tem “tirado sono” aos desportistas que, regra geral, lamentam o facto de os jovens deixarem de ter um espaço privilegiado não só para práticas saudáveis como também para evidenciarem o seu potencial.
“Os campos estão a ser substituídos pela actividade comercial. Então, nós queremos reverter este cenário. Os parques, os jardins, as infra-estruturas desportivas, os lugares onde se faziam ginástica, nós queremos retomar isso para aumentar a oferta de espaço para a prática desportiva.”
Venâncio Mondlane reiterou que vai apostar na revitalização de parques na capital, tendo prometido que vai transformar o espaço do Jardim Zoológico no maior parque da região.
“Nós queremos converter o Jardim Zoológico numa coisa bonita, coisa única que nunca existiu em Moçambique. Portanto, em termos simples e directo, o que isso significa? Vamos converter numa éspecie de um jardim em grande dimensão em que vais ter, dentro do próprio espaço, serviços variados. Estamos a falar de serviços bancários, serviços de telefonia móvel, galerias de arte, espaço para prática desportiva e piqueniques e escolas técnico-profissional ali dentro”, garantiu o cabeça-de-lista da Renamo.
Na periferia de Maputo, Venâncio Mondlane disse ainda que, acima de tudo, pretendia transmitir uma mensagem de valorização da dignidade humana.
Mondlane entende que “quando referenciamos à dignidade humana, passamos para outro ponto capítulo que tem a ver com o valor do trabalho que as pessoas fazem”.
Dar o melhor “tratamento” aos jovens que ganham o seu pão no dia-a-dia, exercendo actividades na rua, debaixo de muitas dificuldade, é, segundo Mondlane, uma das suas grandes apostas caso seja eleito edil de Maputo.
“Nós queremos quebrar o mito de que há uma espécie de um conflito entre o formal e o informal. Estamos a passar a mensagem de que, na nossa governação, o estar no informal e estar no formal, ter uma licença ou não ter uma licença, é meramente uma questão de um papel ou documento. Mas o que nós queremos é a intenção que a pessoa tem de trabalhar honestamente para alimentar a sua família e para dignidade dos seus filhos.”
O cabeça-de-lista da Renamo frisou ainda que “a mensagem que estamos a transmitir não é de levar o emprego feito, neste caso empresas registadas do grupo A” porque são, segundo suas palavras, “o país não consegue ter mais de cinquenta mil empregos feitos por ano do Rovuma ao Maputo. Só em Maputo temos 300 mil desempregados.”
Neste mesmo prisma, Venâncio Mondlane considerou que a sua visão passa por “apostar em escolas de formação técnico-profissionais que vão ter representações em todos os distritos nos quais iremos formar os jovens a custo zero”.
Mondlane diz ainda que “estamos a falar de cursos de curta duração de seis meses até um ano como serralharia, carpintaria, construção civil, portanto, cursos modernos como designer, edição de vídeos e produção”.
O cabeça-de-lista da Renamo diz pretender “resgatar Maputo”, o que não passa apenas pelo seu “aspecto exterior como as estradas, lojas e árvores”, mas sim “resgatar a dignidade do maputense para que se sinta orgulhoso de estar na Cidade de Maputo.”