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Venâncio Mondlane: “CAD vai recorrer e Conselho Constitucional vai dar providência”

Foto: O País

Venâncio Mondlane diz que a Coligação para Aliança Democrática (CAD) vai recorrer da decisão da Comissão Nacional de Eleições, que anulou a sua candidatura às eleições legislativas e provinciais. O candidato a Presidente da República acusa o órgão de perseguição política e diz que o mesmo nem tem competência para a decisão que tomou.

Poucas horas depois do anúncio da CNE sobre a nulidade das candidaturas da Coligação para Aliança Democrática, para as eleições legislativas e de governadores provinciais de 9 de Outubro próximo, sob o pretexto de que houve irregularidades na apresentação da devida documentação, Venâncio Mondlane mostrou-se calmo e apelou aos membros e simpatizantes da sua coligação para fazerem o mesmo.

“Nós vamos avançar com um recurso e o Conselho Constitucional vai dar providência. Vamos usar todas as janelas e possibilidades para provarmos que os nossos direitos foram violados. Já prevíamos que alguns vogais da CNE queriam chumbar a nossa candidatura, mas estamos tranquilos.”

Para justificar o apelo à calma, Venâncio Mondlane disse que a CNE não tem competência para decretar nulidade de candidaturas, mas apenas deixar conclusões mediante os dados apresentados pelos partidos candidatos.

“É espantoso a CNE decretar nulidade. A CNE não decreta nulidade de candidaturas, não é da sua competência. Para mim, isso é estranho. A CNE poderia concluir os factos, mas não pode decretar esta nulidade”.

Aliás, Mondlane disse que a “decisão da CNE não é jurídica, é política, partidária, infundada e infeliz”, no entanto, “isto vem precipitar o que o manifesto da CAD deseja”.

“A CNE deve ser desmantelada e criarmos uma CNE independente. Esta foi válida na fase de transição do monopartidarismo para a democracia e hoje já não faz sentido constituir uma CNE com base parlamentar.”

Sobre a decisão da CNE ter sido tomada por unanimidade pelos vogais, Mondlane reiterou que se deve “ao facto de os vogais estarem a representar as indicações dos partidos e não do povo” e insistiu que “a CNE deve ser o reflexo da população e precisamos de um modelo mais representativo”.

Na ocasião da recção às dicisões anunciadas pela CNE, Venâncio Mondlane fez balanço da sua visita à zona Norte como candidato presidencial da CAD.

“Em Nampula a nossa recepção foi fenomenal. Em Cabo Delgado, tivemos muitas enchentes, mas em Niassa tivemos alguma intolerância dos adversários e percebemos que até a polícia está partidarizada, e é isso que a CAD vai mudar”, disse.

Mondlane também apelou “à CNE para que não brinque com o povo moçambicano”.

Por fim, o candidato presidencial lamentou a governação dos últimos dez anos. “O cenário do país é catastrófico e, nos últimos dez anos, a pobreza aumentou de 48 para 63%. Temos 21 milhões de moçambicanos pobres neste país”.

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