A manifestação realizada ontem, na Venezuela, contra o governo do Presidente Nicolás Maduro, terminou em confrontos com as forças de segurança, que causaram diversos feridos e impediram os populares de chegar à sede do Supremo Tribunal.
A oposição tinha anunciado querer manifestar apoio aos 33 juízes nomeados sexta-feira pelo parlamento para o Supremo Tribunal de Justiça a fim de substituir outros 33 magistrados daquele tribunal, acusado de servir o Governo e que, segundo a oposição, foram nomeados irregularmente.
Um dia após a nomeação, um juiz foi detido. O presidente do parlamento onde a oposição detém a maioria, condena a detenção arbitrária pelos serviços de segurança do magistrado eleito constitucionalmente.
Os confrontos resultaram em diversos feridos, tendo o incidente mais grave ocorrido com um fotojornalista que foi espancado pela polícia militar. Mais quatro elementos da imprensa ficaram feridos por disparos, enquanto cobriam uma manifestação
Outro ferido na manifestação foi um violinista que foi atingido por um tiro na cara.
Alguns participantes na manifestação responderam, atirando pedras aos militares que dispararam balas e lançaram bombas lacrimogéneas para os obrigar a abandonar o local.
Na Venezuela, as manifestações a favor e contra Maduro intensificaram-se desde 1 de Abril, depois do Supremo Tribunal ter divulgado duas sentenças, que limitam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assume as funções do parlamento.
A 1 de Maio, Maduro anunciou a eleição de uma Assembleia Constituinte para alterar a Constituição, o que intensificou os protestos. Para a oposição, a Assembleia Constituinte vai acabar com a democracia no país e impor um regime comunista ao estilo de Cuba.
Os protestos contra Maduro já provocaram 100 mortos desde o início de Abril, segundo anunciou o Ministério Público venezuelano.