Face à proposta da Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO), para o reajuste do preço de transporte de longo curso no país, os utentes ouvidos pelo jornal “O País” hoje, no Terminal Interprovincial da Junta na Cidade de Maputo, não concordam com a proposta, entretanto os operadores do transporte dizem ser oportuno o agravamento.
Jorge Gumende vem de Inhambane, segue viagem com destino à África do Sul, seu local de trabalho; diz já ter ouvido falar da proposta de reajuste dos preços do transporte, mas não concorda, alegando que vai enfraquecer ainda mais o poder de compra do cidadão, numa altura em que não há emprego para muitos moçambicanos.
“Não há maneira, temos que preparar sempre o bolso, mas não é fácil, com Coronavírus pior ainda. Por que não aumentam emprego? Não há emprego, só aumentam sempre valores para passageiros; esperamos ouvir que houve aumento de emprego e não só preços ao consumidor”, expressou.
Uma outra cidadã, que não quis revelar a sua identidade, disse ser funcionária pública, faz referência ao recente reajuste salarial na função pública, compara com o actual custo de vida e conclui estar cara.
“Quando o combustível sobe, automaticamente tudo sobe, mas é um pouco complicado para um aumento salarial de 223 meticais. E pela proposta de aumento de transporte, de Inhambane para Maputo, não vai sobrar nada desse valor acrescentado no serviço quando forem a efectuar, de facto, o reajuste no transporte. O custo de tomate vai subir, cebola, ou melhor todos os preços dos produtos da primeira necessidade vão subir e ficará tudo complicado, mas pronto, vamos aguentar.”
Os transportadores reafirmam que os custos de operação estão altos, por isso o reajuste é inevitável. Aurélio Diladal opera na rota Maputo-Massinga, uma distância de aproximadamente 500 km e, actualmente, cobram-se 800 meticais por passageiro a cada viagem. Ele aponta as portagens, combustível e os preços dos acessórios da viatura como sendo os que contribuem fortemente para o agravamento.
Alexandre Cuna, que conduz transporte de passageiros há 15 anos, defende a necessidade de agravamento da tarifa por achar que, com os buracos existentes na Estrada Nacional Numero Um, fica claro que a manutenção dos veículos está mais cara, além da subida do preço de combustível.
Face à aproximação da quadra festiva, João Muchaduma, da Associação dos Transportadores Interprovinciais, disse estarem criadas as condições para responder à demanda.
Para se evitarem os acidentes de viação ao longo das estradas, a agremiação reforça medidas de fiscalização e ministra palestras aos condutores.