O candidato presidencial da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, diz que para poder abandonar Venezuela, foi coagido a assinar um documento reconhecendo os resultados oficiais das eleições de Julho que davam a vitória a Nicolás Maduro. Diz, entretanto, que o documento não tem nenhum efeito.
Num vídeo posto a circular nas redes sociais, o opositor venezuelano Edmundo González Urrutia deu a sua versão sobre o documento apresentado pelo presidente do parlamento, no qual aceita a vitória de Nicolás Maduro.
Urrutia diz que a condição era assinar ou enfrentar as consequências, e sublinha que um documento produzido sob coação está viciado de nulidade absoluta devido a um grave vício de consentimento.
A denúncia do opositor venezuelano ocorre depois de o presidente do parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, apresentar, numa conferência de imprensa em Caracas, uma carta alegadamente assinada voluntariamente por Urrutia, reconhecendo a sentença do Supremo Tribunal de Justiça que ratificou Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais de 28 de Julho.
Urrutia chegou domingo a Madrid, num avião da Força Aérea espanhola para pedir asilo político, depois de ter denunciado fraude nas eleições presidenciais venezuelanas.
Enquanto isso, quase dois meses depois das eleições, a fuga de venezuelanos para o Brasil está a aumentar. Todos os dias, na fronteira do norte da Amazónia, em Pacaraima, milhares de pessoas fogem à procura de ajuda.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.