Dito e feito. Umaro Sissoco Embaló, considerado vencedor das eleições pela CNE, tomou ontem posse simbólica como o Presidente da Guiné-Bissau à revelia do Parlamento e do Supremo Tribunal da Justiça.
Cumpriu-se a promessa de Umaro Sissoco Embaló de tomar o poder da Guiné-Bissau a 27 de Fevereiro. A cerimónia de tomada de posse simbólica decorreu num hotel da capital Bissau, estando presentes dois embaixadores de Senegal e Gâmbia, o Procurador-geral, alguns políticos do MADEM-G15, PRS e o Presidente cessante, José Mário Vaz quem passou a faixa presidencial para Embaló, sob forte segurança militar.
O Primeiro-ministro, Aristides Gomes, o presidente do Parlamento e o Supremo Tribunal da Justiça, não compareceram à cerimónia, pois não reconhecem a legitimidade de Umaro Embaló. Era preciso que o Supremo Tribunal desse a última palavra sobre um recurso contencioso que está ainda em análise apresentado pelo líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, que acusa a CNE de inúmeras irregularidades no apuramento das urnas.
Entretanto, a CNE nega todas as acusações e já declarou Sissoco Embaló por três vezes o vencedor das presidenciais com 53,55 por cento dos votos. No Twitter, Simões Pereira escreveu esta sexta-feira que a falsa posse de Embaló é uma vergonha internacional que ninguém levava a sério. Já o Primeiro-ministro Aristides Gomes fala duma nova era de conflito na Guiné-Bissau.