O que ocorre no imaginário de qualquer indivíduo consciente quando se fala de uma cidade é um cenário de estradas e ruas asfaltadas ou pavimentadas, semáforos, etc. Entretanto, na cidade de Cuamba isso não faz parte das memórias dos munícipes, porque quase tudo, no centro da urbe, é de terra batida, com poeira no inverno e lama no verão.
É a cidade mais movimentada da província do Niassa, deixando para trás a própria capital provincial Lichinga, por isso carrega o epíteto de “capital económica” daquela província, mas o cenário que caracteriza na essência aquela urbe não justifica tanta poesia. No coração da cidade, as estradas e ruas são quase todas de terra batida, tornando comum a nuvem de poeira, neste período seco, e lama, quando chove.
Na última semana o Presidente da República esteve em Cuamba para uma série de trabalhos e a movimentação da sua comitiva para frente e para trás deixou a nu a realidade daquela cidade cujas estradas, todas, não têm asfalto e somente algumas, que perfazem uma extensão total de um quilómetro e meio estão pavimentadas e/ou em processo.
“Houve muita poeira na cidade, mas aquilo é uma lição, não é? Cuamba tem que melhorar! Muitos carros estavam lá e o peão é que estava a passar mal. Acredito que há muita tosse por ai”, desabafou Eusébio da Costa, munícipe de Cuamba que o entrevistamos a bordo na sua viatura, fora do centro da cidade.
A solução para a cidade virá do projecto de asfaltagem da estrada nacional número 13 que está em obras desde o distrito de Malema, na vizinha província de Nampula, e atravessa aquela autarquia.
“São cinco quilómetros da cidade de Cuamba. Portanto, cerca de 90% das ruas de Cuamba vão ser asfaltadas e os 10% são estes que estamos a pavimentar”, avançou Mário Cinquenta Naula, edil de Cuamba.
A pavimentação de algumas ruas começou no ano passado, com fundos da edilidade, o mesmo aconteceu com a construção de duas sedes administrativas fora do centro da cidade, assim como uma escola primária com três salas de aulas no bairro de Nacaca, uma zona com características rurais, onde a escola antes existente era de construção à base de pau a pique e cobertura de capim.
“As salas já estavam a sair capim e outras crianças estudavam debaixo da mangueira”, testemunhou Távia João, residente no bairro de Nacaca, periferia de Cuamba.
O acesso à água potável é outro desafio que os munícipes de Cuamba enfrentam. O edil promete “os bairros circunvizinhos estão a ter problemas por isso no próximo ano estamos apostados em abrir furos em quase 90% dos bairros da nossa cidade”.
O Município de Cuamba é o único que está sob gestão da Renamo na província do Niassa desde as últimas eleições autárquicas.