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Uhuru Kenyatta acusa Supremo Tribunal de “golpe de Estado”

O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, acusou hoje o Supremo Tribunal de ter realizado um "golpe de Estado" ao invalidar a sua reeleição no escrutínio de 8 de Agosto, segundo avança o Notícias ao Minuto.

"Aqui no Quénia fizemos história porque um golpe de Estado foi realizado por quatro pessoas num tribunal", declarou o presidente numa referência ao veredito determinado a 1 de setembro por maioria — quatro juízes contra dois — pelo Supremo Tribunal, após queixa da oposição.

Kenyatta falava no palácio presidencial durante um encontro com dirigentes do norte do país, um dia depois do Supremo Tribunal ter detalhado as razões para aquela decisão, criticando a Comissão Eleitoral pela sua gestão do escrutínio de 8 de Agosto.

O presidente, cuja intervenção foi transmitida em direto na televisão, considerou que a decisão do tribunal minou a democracia e comparou-a aos golpes de Estado militares ocorridos noutros países africanos.

"O julgamento de alguns anulou os progressos feitos ao longo dos anos", disse Kenyatta, depois do vice-presidente William Ruto já ter evocado uma "tirania da justiça".

Após o anúncio da decisão de anular a sua reeleição, com 54,27% dos votos, Kenyatta tinha qualificado os juízes de "criminosos" e prometido "resolver" os problemas que considera existirem no sistema judicial.

A repetição das presidenciais, que estava prevista para 17 de Outubro, foi adiada para 26 de Outubro, anunciou hoje a Comissão Eleitoral, justificando com a necessidade de estar "totalmente preparada para organizar uma eleição que responda às normas definidas pelo Supremo Tribunal".

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