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Trump ou Biden: a quem o Colégio Eleitoral confiará a presidência dos EUA?

A 03 de Novembro em curso, os americanos vão escolher um novo Presidente dos Estados Unidos da América. Joe Biden, do partido Democrata, e Donald Trump, do partido Republicano, são os candidatos deste ano. A imprensa internacional avança que mais de 90 milhões de eleitores já enviaram seus votos antecipadamente. Mas há uma expectativa de que o total de votos ultrapasse 150 milhões, pela primeira vez na história daquele país com mais de 300 milhões de habitantes.

Nos Estados Unidos da América, a corrida à Presidência do país começou com 11 pré-candidatos democratas a disputar vaga de concorrente à Presidência americana, com Donald Trump, nas eleições desta terça-feira. A corrida começou oficialmente com o caucus (votação primária) no Estado de Iowa, no centro-oeste da chamada mais pujante democracia no mundo.

Aliás, o número de pré-candidatos democratas era mais de duas dezenas mas houve desistências ao longo do processo.

Candidatos à presidência americana devem ter no mínimo 35 anos de idade, serem cidadãos nativos daquele país e moradores por pelo menos 14 anos, segundo a Constituição. A “Globo 1” refere que, historicamente, a maioria dos candidatos tem uma trajetória já consolidada na política e algum cargo como senador, governador, vice-presidente ou membro do congresso.

Naquele país, os candidatos podem fazer campanha por quanto tempo quiserem. Por isso, as campanhas presidenciais tendem a durar cerca de um ano e meio.

Nos Estados Unidos da América, os cidadãos não elegem directamente o presidente – um dos cargos mais poderosos do mundo – mas delegam o seu voto a um grupo de 538 delegados, que tomam a decisão final. Vamos entender como chega ao poder o Chefe de Estado da mais poderosa democracia do planeta.

O sistema de eleição do presidente dos Estados Unidos da América é indirecto. Ou seja, os eleitores votam para o Colégio Eleitoral e cabe a este indicar o presidente.

O Colégio Eleitoral é constituído por 538 delegados, sendo 435 membros da Câmara dos Representantes, cem senadores, mais três representantes do distrito de Colúmbia, onde fica a capital do país, Washington.

Os partidos políticos são responsáveis por indicar quem vai desempenhar o papel de delegado. Para ser eleito presidente é necessário obter 270 votos no Colégio Eleitoral, o mesmo que uma maioria simples. Nas mãos de quem o Colégio Eleitoral deixará a presidência dos EUA? Esta pergunta será respondida na terça-feira, com o desfecho do processo que dura há meses. O novo presidente deverá tomar posse a 20 de janeiro de 2021, uma quarta-feira, diz a tvi24.

Este sistema foi projectado há mais de 200 anos pelos fundadores dos Estados Unidos da América. Ele é diferente, por exemplo, do sistema moçambicano. No país africano, a eleição do presidente é directa, isto é, a população de eleitores vota para as listas dos candidatos e vence aquele que tiver mais de metade dos votos.

Nos EUA, há 50 Estados e cada um tem um peso diferente na votação em função do número da população. Isto quer dizer que os Estados mais populosos têm mais delegados no Colégio Eleitoral.
Vamos por partes: Califórnia, o Estado mais populoso tem cerca de 38 milhões de habitantes e 55 assentos no Colégio Eleitoral; já o Alasca, um dos Estados com menos população cerca de 700 mil, tem apenas três lugares no Colégio Eleitoral.

É por isso que alguns estados são considerados essenciais para a estratégia de campanha de Donald Trump e Joe Biden. No meio político americano são chamados estados campos de batalha.

Um paradoxo do sistema eleitoral americano é que o voto popular não determina o vencedor. Em 2016, Hillary Clinton teve mais de três milhões de votos da população que Donald Trump, mas o Colégio Eleitoral indicou o actual presidente do país. Houve outros quatro casos: John Quincy Adams, em 1824; Rutherford B. Hayes, em 1876; Benjamin Harrison, em 1888; e George W. Bush filho, em 2000.

Se nenhum candidato consegue alcançar o número de votos no Colégio Eleitoral necessário para ser eleito Presidente, os 270, a Câmara de Representantes decide quem será o novo líder governamental dos EUA.
É este sistema eleitoral que indicará ao mundo na próxima terça-feira quem é o homem de poder nos Estados Unidos.

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