O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que está “comprometido em comprar e possuir” a Faixa de Gaza, embora tenha convidado outros países da região a reconstruir o enclave palestiniano.
“Quanto à reconstrução [da Faixa de Gaza], podemos dá-la a outros Estados do Médio Oriente para construírem partes (…) Outras pessoas podem fazê-lo sob os nossos auspícios, mas estamos empenhados em possuí-la, tomá-la e garantir que o Hamas não a reocupa”, disse Trump aos jornalistas.
Pouco depois, o Hamas condenou as declarações do Presidente norte-americano.
“Condenamos as declarações de Trump sobre comprar e possuir Gaza’, que reflectem uma profunda ignorância sobre a Palestina e a região. Gaza não é uma propriedade que possa ser comprada e vendida, é parte integrante da nossa terra palestiniana ocupada”, disse Izat al-Rishq, um dirigente da ala política do Hamas.
Num comunicado divulgado pelo jornal ‘Filastín’, ligado ao movimento islamita, Al-Rishq salientou que a Faixa de Gaza “pertence ao seu povo e não o abandonará”.
A única forma de os palestinianos abandonarem voluntariamente o enclave é se puderem regressar às casas nas cidades e vilas que Israel ocupou em 1948, acrescentou o dirigente.
“Tratar a questão palestiniana com a mentalidade de um agente imobiliário é uma receita para o fracasso, e o nosso povo vai frustrar todos os planos de deslocação e deportação”, disse Al-Rishq.
Na terça-feira, Trump propôs expulsar mais de dois milhões de pessoas que vivem na Faixa de Gaza e transformá-la numa “Riviera do Médio Oriente”, gerando protestos globais, sobretudo no mundo árabe.
O Presidente dos Estados Unidos anunciou a ideia numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que a saudou como “a primeira boa ideia” que ouviu sobre o que pós-guerra no enclave devastado.
Também no domingo, o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que ninguém tem o poder de expulsar os habitantes da Faixa de Gaza, rejeitando o plano de Trump.