Abdurremane de Almeida foi hoje condenado a uma pena de dois anos de prisão efectiva por ter usado fundos públicos para pagar viagem a pessoas sem ligação com o aparelho do Estado.
Embora fosse o dia em que ia conhecer a sua sentença, o ex-ministro da Justiça chegou à sala da quarta secção do tribunal judicial Kampfumo com o semblante alegre.
Mas o juiz da causa não o poupou, ao determinar dois anos de cadeia ao antigo governante e uma multa de 25% do salário mínimo, paga diariamente durante seis meses, o correspondente a cerca de 180 mil meticais, e ainda a restituição dos mais de um milhão e 700 mil meticais usados na viagem a Meca.
Para o juiz João Guilherme, a desculpa do antigo titular da Justiça de que estava a cumprir ordens do Presidente da República não procede, porque De Almeida sabia que estava a violar a lei.
Após a leitura da sentença, o juiz lamentou, diante do ex-ministro da Justiça, o facto de em nenhum momento o condenado ter assumido que o seu acto era ilegal.
A defesa do condenado não concorda com a pena aplicada, entretanto ainda não decidiu se vai recorrer.
O antigo ministro da Justiça viajou a Meca em 2015, levando consigo cinco pessoas sem ligação com o aparelho do Estado. As despesas desta deslocação foram custeadas com fundos públicos num valor de mais de um milhão e 700 mil meticais.