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Transporte público urbano vai cobrir 92% dos utentes até Dezembro

O Ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, disse na cerimónia de entrega de autocarros, dirigida pelo Presidente do Estado, que o Governo está a envidar esforços para garantir que até ao final do presente ano mais autocarros sejam alocados às principais cidades do país. Para o efeito, Mesquita acredita que até Dezembro, 92% dos passageiros serão transportados em melhores condições que actualmente, fruto da estratégia do Governo que prevê a aquisição de mais 500 autocarros perfazendo mil autocarros até ao final do presente quinquénio.

O governante disse que estes são os resultados da estratégia traçada pelo seu ministério, tendo em vista a minimização da crise do transporte público urbano que se acentuou em 2014, mas que desde o ano de 2015 o Governo tem estado a criar condições para se reverter o cenário negro que tomou conta do sector. E, segundo Mesquita, é nesse quadro que entrou este ano em funcionamento o MetroBus, um projecto privado que combina autocarros e sistema ferroviário. O Governo também tem estado a usar locomotivas dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique nas cidades de Maputo, Matola e Beira para fazer face à crise.

Mas, por outro lado, estão em fase de procura de financiamento para os projectos de metro de superfície, de locomotivas automáticas denominado AGT e o de faixas dedicadas ao transporte público, todas para a região do Grande Maputo que é o que tem maior pressão pelo número de habitantes que tem e que depende deste tipo de transporte para se locomover.

Os transportadores que receberam os autocarros, por seu lado, estão satisfeitos e dizem que assim terão a possibilidade de alargar as rotas que actualmente praticam, para além de reforçar as que já nelas operaram, reduzindo as horas de espera dos passageiros nas paragens. No entanto, os mesmos esperam que o Governo acelere o processo de concessão de rotas para permitir que o projecto tenha resultados esperados, porque a manter-se a actual concorrência, por vezes desleal, torna o negócio menos lucrativo.

Outra preocupação é em relação ao equilíbrio entre os custos de operação e a tarifa praticada. Castigo Nhamaze, presidente da Federação Moçambicana dos Transportes, FEMATRO, disse que este tem sido o nó de estrangulamento do negócio o facto de não se ter acompanhado os custos de exploração com a tarifa cobrado aos utentes. Daí que esse é um erro que não se pode continuar a cometer sob pena de o esforço do Governo redundar em fracasso. Até porque querem que num futuro próximo sejam eles próprios a adquirirem os machibombos com os seus próprios recursos e aliviar o Governo que actualmente tem estado a atribuir a título de crédito bonificado as viaturas aos transportadores.

Os transportadores dizem estar cientes de que devem garantir a manutenção dos veículos, por isso, pedem igualmente aos utentes para também contribuírem a não danificar as mesmas, assim como denunciar os maus comportamentos dos motoristas.

Os autocarros alocados à região de Grande Maputo deverão começar a operar a partir da próxima segunda-feira, pois ainda decorrem aspectos burocráticos para que possam circular com toda a documentação em dia.

 

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