Transporte marítimo de cabotagem contínua insustentável em Moçambique e corre o risco de ir à falência, devido à lei de navegação marítima nacional, que obriga os operadores de navios a usarem rebocadores em cada porto que atracam.
“Neste momento, a cabotagem está a fluir devido à obrigatoriedade de uso de rebocadores que são muito caros e às vezes sem necessidade, porque os marinheiros conhecem os portos onde podem atracar sem precisar de serem rebocados”, explicou Manuela Rebelo, vice-ministra dos Transportes e Comunicações sem revelar os valores cobrados pelo uso de rebocadores
A situação é considerada crítica, e muitos operadores de cabotagem em Moçambique não estão a trabalhar.
“Temos muitos operadores de cabotagem licenciados, mas quase todos estão parados, devido aos elevados custos que têm de pagar nos portos”, confirmou Manuela Rebelo.
Entretanto, para evitar o colapso na área de cabotagem em Moçambique, o Ministério de Transportes e Comunicações está a trabalhar para mudar a legislação.
“Estamos a rever a legislação de modo a reduzir custos de operações e reactivar a cabotagem no país e esperamos conseguir até o próximo ano.”
Além do transporte marítimo, o Ministério dos Transporte e Comunicações está preocupado com a falta de marinheiros em Moçambique, onde a maior parte da navegação marítima é feita por cidadãos estrangeiros.
Segundo revelou Manuela Rebelo, Moçambique tem cerca de dois mil e oitocentos quilómetros de costa, e não se entende como o país não tem marinheiros e, por isso, a navegação marítima é feita, na maioria dos casos, por cidadãos estrangeiros. Há uma necessidade urgente de formação de marinheiros, uma área que parece não atrair muitos jovens.
As preocupações do Ministério dos Transportes e Comunicações foram levantadas na cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, durante a celebração do Dia Mundial da Marinha, que se assinala a cada dia 29 de Outubro, desde o ano de 1978.