Os transportadores da rota Moçambique–África do Sul queixam-se de assaltos recorrentes às viaturas nas noites, na fronteira de Ressano Garcia. Os mesmos dizem que o problema é facilitado pelo congestionamento de camiões na via.
As viagens nocturnas para a vizinha África do Sul ou Moçambique, pela fronteira de Ressano Garcia, estão condicionadas. É que os transportadores se queixam de assaltos recorrentes, sobretudo à calada da noite.
Alberto Maluleque faz a rota Maputo–Durban, a partir do Terminal Rodoviário Interprovincial e Internacional da Junta. Na última quinta-feira, presenciou um assalto do lado sul-africano.
“Atacaram um carro da marca Isuzu, feriram três pessoas, levaram dinheiro e todos os bens, mas a Polícia sul-africana não reagiu. Eles saem em grupo de vinte ou trinta homens, com catana, armas e assaltam-nos na fronteira”, contou o transportador.
O congestionamento de camiões que se regista naquele troço é apontado pelos transportadores como o problema facilitador dos assaltos, que se têm registado com frequência.
“Os camiões que saem da África do Sul para Maputo chegam ali e fecham o caminho através das filas enormes. Os carros pequenos também se fazem às fileiras, daí que os assaltantes saem das matas e nos assaltam no congestionamento”, explicou Jonas Fumo.
Carlitos David, que trabalha na África do Sul, conhece bem o problema dos assaltos, por isso agora prefere viajar nas primeiras horas do dia, ainda assim, “estamos com muito medo porque sabemos que, a qualquer hora do dia, podemos ser assaltados, mas nada podemos fazer”, lamentou Carlitos David.
Com as restrições nos horários das viagens, os transportadores falam de negócio cada vez menos rentável com a perda de clientes e exigem, por isso, o reforço da segurança, na fronteira de Ressano Garcia.
“O Governo, que resolva o problema dos camiões, tanto no território moçambicano, quanto no sul-africano. Que abram o caminho e coloquem a Polícia a trabalhar porque está cada vez pior”, apelou Sérgio Mahanjane.
Sobre a queima de viaturas com matrícula moçambicana, que se registou nos últimos meses na África do Sul, os transportadores afirmam ser um problema já resolvido.