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Transportadores em Maputo não estão a cumprir com 1/3 de passageiros

Transportes públicos e semicolectivos de passageiros na Cidade de Maputo não estão a observar rigorosamente o limite de lotação de até um terço dos passageiros durante as viagens previsto pelo decreto do Estado de Emergência em vigor no país.

É manhã, é hora de ponta. A reportagem do Jornal "O País" escalou diferentes pontos da Cidade de Maputo, para in loco ver como é que o sector do transporte está a cumprir o decreto presidencial, numa altura em que vigora o estado de emergência no país devido a covid-19.

Em muitos autocarros viajam cheios contrariando a orientação governamental.

Abrão Langa conduz um autocarro com capacidade para 50 pessoas sendo 35 sentadas e 15 em pé, no trajecto Mozal – Baixa. À luz das orientações governamentais devia circular com o máximo de 17 passageiros. Ele diz não estar contra, mas diz que não esta a compensar. "Não está a render nada, mesmo para abastecer o combustível temos problemas, o carro só esta a andar, nem tiramos nada, não ficamos com nada" disse o automobilista que tinha o seu carro com lotação esgotada.

Na paragem da "maquinag" na estrada nacional numero quatro, aparece a velocidade moderada um autocarro que partiu de Nkobe no município da Matola para a baixa da cidade de Maputo, tem passageiros acima do recomendado pelo decreto presidencial, que defende um terço em cada viagem. A polícia que estava a fiscalizar mandou desembarcar passageiros.

Um dos passageiros que ia abordo do referido machimbombo, conta que quando subiu não estava cheio e foi embarcando passageiros ao longo do trajecto.

O motorista do autocarro com lotação exagerada optou por abandonar o veículo e negou prestar esclarecimentos a reportagem do jornal "O País".

Os transportes de quinze lugares também andam muito cheios, acima da lotação.

No terminal rodoviário interprovincial da junta a situação é controlável visto que o limite de lotação tem controlo dos fiscais. Vasco Mucavel disse a nossa reportagem que os autocarros não são permitidos a vilar a lotação estabelecida.

No terminal rodoviário do Zimpeto o cenário é mais crítico. Não se obedece o distanciamento social de um metro entre as pessoas nas filas para apanharem o autocarro. Todos os transportes disponíveis andam cheios. O "my love" também enche. Anselmo Abdul, é condutor de um dos "my love". Ele diz que as pessoas se recusam a obedecer. "Há doença mesmo de verdade, mas as pessoas não entendem. Há doença mesmo de verdade. O problema de moçambicano só acredita quando morre um membro da família" Sintetizou Anselmo visivelmente preocupado com a situação.

Mesmo cheio, Gilberto estava na fila e embarca no "my love", diz ter consciência do risco de contaminação pela COVID-19. Mas segundo suas palavras com a falta de transporte não tem outra alternativa se não viajar. O terminal rodoviário do Zimpeto continua a receber centenas de pessoas que procuram aqui apanhar o transporte, mas aqui faltam medidas de prevenção.

 

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