Está instalado o “braço-de-ferro” entre os vendedores do Mercado Grossista da Cerâmica e os transportadores semi-colectivos de passageiros, em causa está o aumento da tarifa, associado ao encurtamento de rota.
Os transportadores semi-colectivos de passageiros, vulgo chapa-100, estão a aproveitar-se do facto de não haver uma rota oficial para a zona do Mercado Grossista da Cerâmica, para determinar novas terminais, valores a cobrar por cada passageiro e as respectivas bagagens.
Laura Rafael, uma das vendedeiras do mercado, explicou que o preço normal de uma passagem da cidade da Beira para a zona da Cerâmica é de 20 meticais e uma bagagem de mão não se cobra. “Entretanto, se ela for volumosa o preço a pagar varia de cinco a dez meticais. Mas se o passageiro está a sair da Cerâmica para baixa, a passagem já passa a custar 30 meticais e qualquer bagagem, incluindo a de mão eles cobram dez meticais e o cúmulo é que não chegam ao destino. Eles estão a inventar novas terminais e somos obrigados a gastar mais dinheiro para chegar aos nossos destinos”, disse a vendedeira.
“Chegamos a gastar cerca de 100 meticais num troço de menos de 30 quilómetros, que, em condições normais, gastaríamos menos de 30 meticais. É uma roubalheira. Todos os nossos lucros diários ficam com os transportadores. Pedimos socorro imediatamente. Para nós, uma das soluções é abrir novas rotas e colocar autocarros até aqui, no mercado grossista”, pediu Laura Rafael que falava em nome de outros vendedores.
Afinal, a confusão já é de conhecimento das autoridades municipais e da Associação dos transportadores da Beira, que, a meio da manhã de ontem, se deslocara ao mercado para mediar a situação. Depois de um breve encontro, surge a garantia de que, ainda esta semana, o transporte de pessoas e bens, do mercado grossista da Cerâmica, assim como valores a pagar deste mercado para vários pontos da cidade serão claramente definidos.
“Já está marcada uma reunião, para a próxima sexta-feira, entre a Associação dos Transportadores da Beira, os proprietários das viaturas e os motoristas das viaturas. Vamos definir regras, mas os preços não serão alterados. São 20 meticais num transporte privado e 15 num transporte público. Para já, vamos fiscalizar o transporte de pessoas permanentemente até tudo ficar claro dentro de quatro dias”, garantiu o presidente da Associação dos Transportadores da Beira, Júlio Macie.