Os operadores do transporte privado de passageiros retomaram as actividades após a paralisação de ontem, nas cidades de Maputo e Matola e distrito de Boane, exigindo o aumento da tarifa. Entretanto, as enchentes continuam nas paragens, sobretudo nas manhãs.
Apesar do regresso dos transportadores à actividade, os velhos problemas no sector continuam indisfarçáveis. Até por volta das 09h00 desta terça-feira, as paragens da cidade de Maputo e autarquia da Matola continuavam abarrotadas de gente. Vários citadinos voltaram a experimentar os dissabores, como de costume, para chegar aos seus destinos, sobretudo na zona baixa da cidade de Maputo.
Custódio Zucula reside no bairro Patrice Lumumba, na autarquia da Matola e trabalha no centro da Cidade capital do país. Está desesperado pela longa espera por autocarro que nunca mais chega.
“Estou na paragem desde às 06 horas, mas não consigo tomar um transporte que me leve ao trabalho. Já estou atrasado, mas não tenho alternativa. Só posso esperar aqui na paragem até aparecer transporte”, lamenta com o rosto que denota desagrado.
Se através do transporte alocado por quem foi eleito para governar não é possível evitar as situações de enchentes nas paragens, talvez a solução para chegar ao destino seja mesmo ir a pé.
“A caminha é sempre para frente. Não posso recuar”, diz mais um utente que espera pelo transporte.
António Gaspar faz parte do grosso número dos moçambicanos que vivem dias piores devido à falta de transporte. Depois de mais de duas horas esperando pelo “chapa”, Gaspar desenha a possível solução para chegar ao trabalho porque não cogita regressar a casa. “Não há transporte para chegar ao destino, só posso caminhar”, diz entristecido.
Aliás, se a pé também não funciona, viaja-se “ensardinhado” nos vulgos ‘my loves’, os que a edilidade de Maputo afastou da circulação, mas voltaram, esta segunda-feira, a ser “salva-vidas”.
Em Fevereiro deste ano, o ministro dos Transportes e Comunicações, Janfar Abdulai, prometeu 100 novos autocarros, até Agosto deste ano, para minimizar o sofrimento da população nas suas deslocações.
Agosto está próximo e a ver vamos. Enquanto a data não chega, a população apela para uma resposta, diga-se urgente, para um problema já com barba branca no sector do transporte em plena capital do país.