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Transportadores da COOPTRAB paralisam actividades 

Cerca de 70 trabalhadores, entre motoristas e cobradores da Cooperativa dos Transportadores do Corredor 2  de Boane (COOPTRAB) paralisaram suas actividades,  esta segunda-feira,  alegadamente, porque não são considerados pelos seus patrões. 

Com os autocarros parqueados, os transportadores decidiram cruzar os braços e reclamar, a começar pela falta de contractos: dizem que trabalham há anos, mas nunca assinaram um contractos. 

“Por causa disso, os patrões mandam-nos parar de trabalhar sem mais e sem menos. Quando não conseguimos fechar a receita do dia, mandam-nos mensagem e dizem não volta mais para aqui.Temos, ainda, o caso do pagamento do INSS, eles nunca descontaram, como é que faremos quando formos a reforma?!”, mencionou Elias Chilaule.

Além destas duas reclamações, os motoristas e cobradores queixaram-se de problemas no pagamento de salários. Actualmente, recebem diariamente, e porque não aceitam este método, exigem pagamento mensal.   

João Mboane explicou que o acordo de pagamento diário surgiu na época da pandemia da COVID-19, porque na altura, havia dificuldades para “fazer a receita” diária, mas a situação continua, quatro anos depois da pandemia.  

Aceitamos, porque na verdade a situação não estava boa, porque era normal trabalhar hoje e não trabalhar amanhã. Entendemos, a corona já passou, já vai quase 4 anos, 5 anos. Eles nunca nos dizem nada, nós queremos voltar ao normal e receber mensalmente”, reivindicou Mboane. 

Por conta da situação os gestores da cooperativa estiveram reunidos, reconhecem a existência de problemas, mas ainda assim, mostraram-se surpreendidos com a paralisação das actividades, uma vez que os seus trabalhadores nunca tinham apresentado, formalmente, as reclamações. 

O Vice-Presidente da COOPTRAB justifica que sobre os contractos, todos os trabalhadores tiveram acesso, antes de iniciarem com as suas actividades, entretanto, uns não quiseram assinar e outros levaram para casa mas nunca devolveram e, por isso, decidiram trabalhar  na “ base da boa fé”, sem imaginar que “hoje” seria problema. 

As receitas baixaram demais, e entre não pagar e ser um mal pagador, preferimos conversar com eles e pedimos para pagar diariamente. Claro que o tempo de COVID-19 passou, mas ainda assim, a situação do país não está boa. O valor que eles recebem diário, se guardarem até o final do mês, têm cerca de  13 mil meticais e a única diferença é que em vez de ser eu, gestor, a juntar para no final do mês lhe dar, eu lhe dou diariamente para eles juntarem sozinhos”, rebateu Constantino Jotamo. 

Os gestores pediram 10 dias para resolver os problemas, e garantiram que no dia 21 deste mês, voltaram a sentar os os trabalhadores para conversar, mas apelam aos mesmos que retomem as actividades. 

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