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Tragédia em Nampula: Estado esteve ausente para evitá-la, diz antigo “vice” da Defesa

O antigo vice-ministro da Defesa Nacional e reitor do Instituto de Relações Internacionais, Patrício José, diz que o Estado deve ser responsabilizado pela tragédia em Nampula. Para o antigo governante, o Estado esteve ausente para evitar o pior.

A responsabilização pela tragédia que vitimou mortalmente 98 pessoas em Nampula continua a dividir opiniões. Enquanto o provedor de Justiça entende que “se houver responsabilização do Estado, deve ser de forma indirecta, porque não acredito que algum funcionário ou agente do Estado o tenha feito de uma forma voluntária”, o  antigo vice-ministro da Defesa Nacional, Patrício José, tem uma opinião diferente. Na sua percepção, o Estado não esteve onde devia para evitar o sucedido, e o argumento da falta de capacidade para a fiscalização costeira não é suficiente, uma vez que o Estado tem a obrigação de estar representado em todo o canto do território nacional.

“O Estado tem de ter a capacidade de agir nas suas responsabilidades com o cidadão, como também deverá verificar quais foram as causas do naufrágio e, posteriormente, tomar decisões para que situações como estas não venham a acontecer naturalmente. Para já, as atenções estão concentradas na dimensão do acontecimento,” entende Patrício José.

Já também antigo reitor do Instituto de Relações Internacionais, actual Universidade Joaquim Chissano, defende o apetrechamento das instituições que têm a missão de formar quadros e desenvolver tecnologias para a fiscalização e protecção marítima.

“As instituições precisam de meios técnicos e financeiros que lhes façam cumprir da melhor maneira as suas responsabilidades”, adverte a fonte.

O Governo moçambicano decidiu criar uma comissão de inquérito para averiguar as causas do naufrágio que chocou o país e o mundo.

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