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Trabalhadores descontentes com as negociações do salário mínimo

A Organização dos Trabalhadores de Moçambique diz que as negociações entre os sectores produtivos e Governo sobre a revisão do salário mínimo no país não atingiram as expectativas. Já o Ministério do Trabalho e Segurança Social avançou que o desempenho económico do ano de 2021 é que vai ditar o reajuste salarial.

Os trabalhadores, empregadores e o Ministério do Trabalho apresentaram, esta segunda-feira, propostas para o reajuste dos salários mínimos por sectores de actividade. À margem da sessão, a classe dos empregados mostrou-se descontente com o rumo das negociações.

“A expectativa dos trabalhadores não foi atingida. Apesar de não estarmos satisfeitos, estamos encorajados a continuar com a negociação de pacotes sociais ao nível dos sectores de actividade, para reforçar a recuperação do poder de compra”, declarou André Mandlate, representante da Organização dos Trabalhadores Moçambicanos.

Já o Ministério do Trabalho e Segurança Social afirmou que ainda é prematuro avançar números, mas acredita num ligeiro aumento do salário mínimo.

“Tivemos um crescimento do Produto Interno Bruto na ordem dos 2.17%. É verdade que os sectores observaram alguma retracção, mas o desenvolvimento económico tem sido positivo, o que nos deixa optimistas nas discussões. Acreditamos que as subidas serão superiores em relação às do ano passado”, disse o porta-voz do Ministério do Trabalho e Segurança Social, Emídio Mavila.

O aumento dos combustíveis é visto, pelo empresariado nacional, como um dos influenciadores para uma possível variação positiva do salário mais baixo, mas fica o alerta.

“Temos que ter consciência de que há projecções em relação ao impacto dos cenários actuais no mundo que podem reflectir-se na nossa economia. Os reajustes podem, aparentemente, estar para beneficiar o trabalhador, mas, no final das contas, podemos notar que exageramos os limites que, sob ponto de vista material, tinham de ser observados, os empregos poderão ser colocados em causa no futuro”, alertou Paulino Cossa, presidente do pelouro laboral e segurança social da CTA.

As propostas discutidas nas sessões plenárias da Comissão Consultiva do Trabalho, pelas diferentes partes, serão submetidas ao Conselho de Ministros nos próximos dias para a devida aprovação.

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