Há, neste momento, em todo o país, 14667 trabalhadores domésticos inscritos no Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos. A classe fala de injustiças laborais e aponta a falta de aprovação de salário mínimo como um dos principais desafios.
Dois mil vinte e dois é o terceiro ano consecutivo sem desfile dos trabalhadores em celebração do Dia Internacional do Trabalhador. Mas, este domingo, na Cidade de Maputo, houve deposição de coroa de flores na Praça dos Heróis, onde participou um número significativo dos trabalhadores. Empunhavam-se, naquele local, vários dísticos, mas o que estava com as empregadas domésticas chamou atenção pela mensagem exibida: “Exigimos o salário mínimo no sector doméstico”, um pedido que vem depois de os nove sectores de actividades no país terem já tido o reajuste.
Além disso, os empregados domésticos querem que o Governo dê atenção a esta classe laboral. “Situação do horário que não é bem cumprido, respeito, férias e descanso semanal. Mesmo hoje, há colegas que estão a trabalhar e a nossa maior preocupação é, de facto, a aprovação do salário mínimo”, mencionou alguns desafios Rosa Mbamba, do Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos.
Nélia Cossa tem 39 anos de idade, em sete dos quais trabalha na Cidade de Maputo como doméstica. Ela é uma das 14 667 trabalhadoras inscritas no Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos e fala do dia-a-dia. “No nosso sector de trabalho, há patrões que não nos respeitam, falando mal, agindo mal contra nós”, lamentou.
A Organização dos Trabalhadores Moçambicanos, OTM Central Sindical na Província e Cidade de Maputo, através do seu secretário-executivo, Joaquim Chicate, reconhece os problemas relatados, mas, falando de modo geral, diz que, mesmo com as dificuldades, é preciso festejar.
“Naturalmente, há sempre motivos para festejar, mesmo onde há mortes há sorrisos. Temos dificuldades e muitos problemas a ultrapassar, passando por questões económicas. Sabem que a nossa economia esteve quase em recessão e há sectores que foram bastante afectados pela COVID-19, guerra em Cabo Delgado, ciclones e questões ambientais”, referiu.
Já o director dos Serviços de Justiça e Trabalho na Cidade de Maputo, Cosmo Nyusi, diz que as questões salariais serão melhoradas.
“O Governo está a fazer de tudo para melhorar o salário dos trabalhadores, para que, no mínimo, possa equilibrar o custo de vida de forma ideal com aquilo que é o rendimento do trabalhador”, prometeu.