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Todos autocarros de transporte público foram vandalizados em Nampula

Eram 40 e estão inoperacionais, com sinais de vandalização: todos estão sem as rodas e outros acessórios, alguns dos quais desmontados recentemente. O Município de Nampula endividou-se em mais de 165 milhões de meticais.

Resultou de uma visão de Mahamudo Amurane, edil falecido, que em 2014 recorreu a um banco comercial da praça para através de um contrato a leasing adquirir 40 autocarros de marca Tata para o transporte público de passageiros. O valor do contrato foi de 165.316.432 MZN (cento e sessenta e cinco milhões, trezentos e dezasseis mil, quatrocentos e trinta e dois meticais), a uma taxa de juro de 1475%.

Nos últimos cinco anos assistiu-se a uma inoperacionalização gradual dos autocarros de tal sorte que neste momento não existe transporte público de passageiros na terceira maior cidade de Moçambique, também conhecida como sendo a “capital do Norte”.

Nas instalações da Empresa Municipal de Saneamento de Nampula, impressiona o número de autocarros parados, mas não só isso: todos estão “pendurados” nos troncos e pedregulhos, sem as rodas e outros com outros componentes desmontados recentemente. A imagem sugere tratar-se de uma acção de vandalização para o aproveitamento desses acessórios, por sinal, bastante procurados no mercado de Nampula que tem um parque considerável de camiões e autocarros.

No terreno, a nossa equipa de reportagem contabilizou pelo menos 27 autocarros.
A carroçaria, assim como os assentos, estão em perfeito estado de conservação. Todavia, o mais importante não existe para que aqueles meios possam servir os munícipes.

“Queremos o transporte público Municipal voltar a funcionar. Adquiram mais autocarros e revitalizem as rotas de Muhala Expansão-Faina, via tipografia”, orientou Luís Giquira, edil de Nampula, no acto de tomada de posse dos vereadores, esta terça-feira.

Sobre a situação das estradas que se encontram esburacadas no centro da cidade, o elenco liderado por Luís Giquira está a recorrer à velha opção de tapamento de buracos com recurso a saibro. “Queremos que o pelouro de Manutenção e Obras faça de tudo que estiver ao seu alcance para que comecemos a intervenção, não só de tapamento de buracos, mas também na melhoria de vias de acesso aos bairros. Estamos ainda na época chuvosa. Contudo, queremos que nos próximos 100 dias da nossa governação possamos garantir as mínimas condições de transitabilidade”, concluiu.

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