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“Tertúlias Itinerantes” debatem interculturalidade em Maputo

A interculturalidade é um fenómeno que diz respeito aos povos. Por isso, com o propósito de promover o debate àquele respeito, arrancou, terça-feira, no anfiteatro da Biblioteca Central da Universidade Politécnica, em Maputo, o 3º ciclo de debates académicos designado Tertúlias Itinerantes – 2018, uma iniciativa que irá decorrer até Novembro, com a apresentação e discussão de 10 sub-temas, um por cada mês, em diversos lugares de Maputo.

As Tertúlias Itinerantes deste ano pretendem dar continuidade ao diálogo em torno da interculturalidade.

Quanto aos locais onde irão decorrer os debates, Sara Laisse, docente na A politécnica, avançou que os mesmos foram diversificados, visto que “queremos levar a discussão do tema geral para diferentes lugares e públicos  da cidade de Maputo, uma forma encontrada de integrar mais a comunidade, para que possa ajudar a disseminar o princípio do diálogo intercultural, visto que este debate não se deve limitar aos teóricos e pensadores, dentro das universidades".

Além de Laisse, Eduardo Lichuge, co-coordenador e docente na Escola de Comunicação e Artes, da Universidade Eduardo Mondlane, explicou, por sua vez, que a decisão da realização desta 3ª edição prende-se com a aceitação do público, bem como com a qualidade dos debates anteriores: “Para nós, é sempre bom ter uma casa cheia. A partir das Tertúlias passadas, entendemos que estávamos a fidelizar o público, visto que tínhamos um público leal ao programa, facto que nos estimulou bastante a continuarmos com este evento”, disse. 

O orador da 1ª sessão desta 3ª edição, o especialista em Física Biomédica, Mário Forjaz Secca,  abordou o tema "Dissonâncias Culturais: O confronto científico e humanista e o confronto europeu e africano”, falando da existência de um confronto clássico entre a cultura científica e a cultura humanista. Referiu, na sua abordagem, ter achado que “havia um paralelo neste confronto entre a cultura europeia e a africana porque, normalmente, a cultura europeia se defende como a garante das ciências, da tecnologia, sendo responsável pela mudança tecnológica do mundo, e criticando, por vezes, África, por alegadamente ser um continente pouco tecnológico sendo, por isso, mais humanista”.

As Tertúlias Itinerantes decorrem sob o lema “Fluxos de comunicação intercultural no espaço de língua portuguesa: debater o desconhecimento mútuo no contexto da era global”. Esta iniciativa académica é coordenada, para além dos docentes mencionados, também por Lurdes Macedo, da Universidade Lusófona, de Portugal.  

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